26. Com relação aos
alongamentos, é correto dizer que
(A) se deve permanecer
na posição de alongamento no máximo 10 segundos.
(B) se deve permanecer
na posição de alongamento entre 15 e 30 segundos a fim de inibir o
reflexo das fibras musculares extra fusais.
(C) as fibras
musculares extra fusais somente são inibidas após 2 minutos de
alongamento.
(D) as repetições
rápidas e bruscas são o melhor método de alongamento.
(E) o tempo de
permanência em postura de alongamento não influencia a
distensibilidade muscular.
Se pensarmos no senso
comum, alongar por volta de 20 segundos, a alternativa “A”, é
claramente incorreta. A “B”, por senso comum, é a mais
apropriada. A alternativa “C”, tempo excessivamente longo. A “D”
se caracterizasse o alongamento balístico de forma mais adequada,
mas nem isso. A alternativa “E”, sem comentários, é absurda.
Deixo um fragmento de
um artigo antigo, de 2003, mas acredito que ainda útil. Em saúde, o
conhecimento é constantemente atualizado, por isso peço que sempre
busquem o que houver de mais recente, mandatoriamente em inglês, em
sites como PEDro, PubMed e Cielo.
A DURAÇÃO DO
ALONGAMENTO
Madding et al.
compararam o efeito de 15, 45 e 120 segundos de alongamento passivo
em posição abduzida de quadril. Eles relataram que o alongamento
sustentado por 15 segundos foi tão efetivo quanto o sustentado por
120 segundos.
Já Bandy et al.
examinaram os efeitos do tempo de alongamento de isquiotibiais em
três grupos por 15, 30 e 60 segundos, cinco vezes por semana,
durante seis semanas, sendo comparados com um grupo-controle que não
foi alongado. A eficácia foi igual em 30 e 60 segundos, sendo que
ambos foram mais efetivos que em 15 segundos ou nenhum alongamento.
No trabalho de Borms et
al. foi concluído que o alongamento de 10 segundos é tão efetivo
quanto os de 20 ou de 30 segundos. Mas os dados parecem apontar para
o fato de que os grupos alongados por 20 e 30 segundos chegaram a um
platô depois de sete semanas, mas o grupo alongado por 10 segundos
aumentou a amplitude de movimento gradualmente durante as dez
semanas, inferindo-se que os alongamentos com duração mais longa
geram ganho de amplitude de maneira mais rápida.
Feland et al., em
estudo realizado com idosos, concluíram que alongamentos de 15 e 30
segundos repetidos quatro vezes em cada sessão, cinco vezes por
semana, por seis semanas, aumentaram a amplitude de movimento
significativamente em relação ao grupo-controle, porém, o grupo
que alongou por 60 segundos obteve maior amplitude articular.
Kisner et al afirmam
que os ganhos obtidos com alongamentos de curta duração são
transitórios e atribuídos a uma folga temporária entre as actinas
e miosinas nos sarcômeros. Já o alongamento de 20 minutos ou mais
traria ganhos mais duradouros.
Woo & Young
argumentam que quando uma substância é exposta a uma força passiva
(alongamento), ela será deformada de acordo com as propriedades
viscoelásticas do material, e quando uma força relativamente baixa
é sustentada por um longo período de tempo, a maioria dos materiais
deforma de maneira tempo-dependente. Isso tem relação com o que se
chama em biomecânica de arrasto “creep”, que ocorre quando uma
carga de baixa magnitude é aplicada por um longo período de tempo.
Quando a força é interrompida, o tecido volta ao seu comprimento
original, também de maneira tempo-dependente.
Warren et al. afirmam
que, quando forças de tração são continuamente aplicadas, o tempo
requerido para alongar o tecido, a uma quantidade especifica, varia
inversamente com as forças usadas. Esses mesmos autores discutem que
uma força muito grande pode provocar danos aos tecidos musculares,
sendo difícil de ser mantido por um longo período, mas um
alongamento mais leve mantido por um tempo longo é mais seguro e
mais eficaz. Mas é importante ressaltar que, quando se fala de
ganhos a longo prazo, o tecido muscular não aumenta de tamanho só
pela viscoelasticidade, mas também por um aumento no número de
sarcômeros.
http://medicina.fm.usp.br/fofito/fisio/pessoal/amelia/artigos/alongamentorev.pdf
Alternativa assinalada
no gabarito da banca organizadora: B
Alternativa que indico
após analisar: B
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