40. Dentre as lesões
do sistema nervoso periférico, aquela com pior prognóstico, em
virtude de apresentar lesão anatômica, denomina-se:
A) neuropraxia.
B) axonopraxia.
C) neurotmese.
D) axonotmese.
E) dispraxia.
Disfunções do sistema
nervoso periférico devem estar bem resolvidas na sua memõria, caem
em quase todo concurso.
Eu decorei a muito
tempo estabelecendo uma hierarquia:
Neuropraxia –
axoniotmese – neurotmese.
Aqui temos nos prefixos
neuro – axonio – neuro. Mais fácil de lembrar assim. Depois é
só recordar que “tmese” significa corte, para percebemos que é
mais grave que “práxis”, que resumidamente significa prática.
Seddon (1948)
classifica os diversos tipos de lesão de nervos periféricos como
neuropraxia, axoniotmese e neurotmese. Seus conceitos de reparo de
nervos periféricos e enxertos de nervo são obedecidos até hoje.
Sundderland (1945), na
Austrália, estudou com detalhes a anatomia topográfica interna dos
nervos periféricos. Seu trabalho trouxe o suporte para a teoria
moderna de reparo interfascicular. Classifica as lesões de nervos
periféricos em 5 graus, segundo o comprometimento anatômico.
Neuropraxia
No primeiro grau de
lesão (neuropraxia de Seddon ou grau I de Sunderland) a estrutura do
nervo permanece intacta, porém a condução axonal está
interrompida. Há uma perda temporária da função motora do nervo
com disfunção da propriocepção, estímulo vibratório, tato, dor
e sudorese . Não há degeneração walleriana. É uma lesão nervosa
periférica sem solução de continuidade de fibras nervosas, com
distensão, contusão, ou compressão, de prognóstico excelente. Com
indicação de fisioterapia, principalmente durante o período no
qual o nervo não exercer sua função. A cirurgia pode estar
indicada em alguns casos de compressão do nervo que não regride ao
tratamento conservador.
Axoniotmese
Na axoniotmese de
Seddon, ocorre a interrupção do axônio porém as bainhas
conectivas permanecem intactas. Surge a degeneração walleriana
causando paralisia motora, sensitiva e autonômica, porém a
recuperação pode ser de bom prognóstico, com tempo variável de
acordo com o nível da lesão. Sunderland subdividiu esta lesão em
três grupos: grau II – lesão do axônio, grau III – lesão da
fibra nervosa (axônio + endoneuro) e grau IV – lesão do fascículo
(axônio + endoneuro + perineuro). A lesão grau IV tem pior
prognóstico que a III, e esta pior que a II, devido ao risco de uma
regeneração imperfeita (reinervação cruzada), causando déficit
motor e sensitivo residuais e possível necessidade de reeducação
sensitiva. No grau IV a lesão pode ser tratada através da reparação
cirúrgica por envolver até o perineuro. Nervos com este tipo de
lesão podem evoluir com a formação de neuromas em continuidade e
grave comprometimento da função. É uma lesão nervosa periférica
com solução de continuidade das fibras nervosas, porém, com
preservação da bainha de tecido conectivo que envolve o nervo
(epineuro). Na axoniotmese o epineuro sempre se encontra preservado.
Com prognóstico excelente, tratamento conservador e fisioterapia.
Aqui, vale relembrar
que a degeneração walleriana é um processo de degradação de
todas as estruturas do axônio distal à lesão, que perde sua
continuidade com o corpo celular do neurônio. A degeneração
axônica ocorre em alguns milímetros ou centímetros proximalmente à
lesão e sua extensão varia de acordo com a intensidade do trauma.
Neurotmese
Na neurotmese de Seddon
(lesão grau V de Sunderland) todo o nervo e suas estruturas estão
lesadas. Não há integridade do epineuro. A reparação sempre é
cirúrgica. A regeneração e reinervação nunca é completa e,
geralmente, os pacientes evoluem com alguma deficiência residual
quanto a função motora e sensitiva. É uma lesão nervosa
periférica com secção completa do nervo. Prognóstico reservado,
com indicação de reparação cirúrgica do nervo ou transferência
muscular. Na evolução, existe também indicação de fisioterapia.
SEDDON | SUNDERLAND | LESÃO |
Neuropraxia | Grau I | disfunção (ausência de lesão) |
Axoniotmese | Grau II | Axônio |
Axoniotmese | Grau III | Axônio + endoneuro (fibra) |
Axoniotmese | Grau IV | Axônio + endoneuro + perineuro (fascículo) |
Neurotmese | Grau V | Axônio + endoneuro + perineuro + epineuro (nervo) |
Sugiro leituras muito
confiáveis e minha fonte sobre esse tema:
http://www.ronaldoazze.com.br/fasciculo/fasciculo3.PDF
http://terapiadomovimento.blogspot.com.br/2010/09/reabilitacao-fisico-funcional-nas.html
Alternativa assinalada
no gabarito da banca organizadora: C
Alternativa que indico
após analisar: C
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