21. Podemos atribuir ao
tronco cerebral o controle de várias funções, exceto:
A) crescimento.
B) equilíbrio.
C) respiração.
D) cardiovascular
E) gastrointestinal
O hormônio do
crescimento, ou GH (growth hormone), também chamado de somatotrofina
ou somatotropina (ST), é sintetizado e secretado pela hipófise, ou
seja, está fora do tronco encefálico, e não há nenhuma estrutura
com função parecida no tronco encefálico. Essa alternativa já
responde a questão, mas vejamos as demais.
Na alternativa “B”,
quanto ao equilíbrio, pode gerar confusão, pois lembramos
imediatamente da influência do cerebelo, que também atua na
manutenção do equilíbrio, mas não se pode esquecer do
vestíbulo-coclear. Alm desse nervo, localizados no tronco encefálco,
os núcleos reticulares–pontinos excitam e os bulbares inibem os
músculos antigravitários da coluna vertebral.
Na alternaiva “C”,
o bulbo controla a frequência e a amplitude da respiração, e
também os batimentos cardíacos, alternativa “D”. O tronco
encefálico exerce ação parcial sobre o cotrole gastrointestinal.,
alternativa “E”.
NEUROANATOMIA –
TRONCO ENCEFÁLICO
O tronco encefálico é
formado pelo bulbo, ponte e pelo mesencéfalo, seguindo o sentido
ínfero-superior respectivamente. Estas estruturas, parte fundamental
para a sobrevivência (cérebro primitivo), estão situadas na fossa
posterior do crânio, conectando a medula espinhal com o cérebro
anterior propriamente dito.
Funcionalmente o tronco
encefálico serve para conduzir tratos do cérebro para periferia
como também da periferia para a porção central do sistema nervoso
central; o tronco possui diversos núcleos (acúmulos de neurônios)
sendo responsáveis por controles sofisticados ditos reflexos, como
respiração, freqüência cardíaca, tônus vascular, tônus
intestinal e vesical, dentre outros. Por fim, o tronco encefálico
possui os núcleos dos pares de nervos cranianos III ao XII,
excetuando-se o I e II (olfatório e óptico respectivamente).
1. Bulbo
O bulbo é o elo de
ligação entre a porção final do tronco encefálico com a porção
inicial da medula espinhal. Muitos autores fazem a separação entre
bulbo e medula oblonga, sendo esta última uma porção terminal do
bulbo propriamente dito e uma porção inicial da medula cervical.
Topograficamente, a junção ocorre ao nível do forame magno (origem
da raiz nervosa anterior e posterior do primeiro nervo espinhal
cervical).
O bulbo assume um
aspecto macroscópico cônico, com sua base maior ficando
superiormente, onde haverá expansão para formação do espaço que
será denominado IV ventrículo. O canal medular seguira no sentido
descendente. Como componentes anteriores do bulbo devemos localizar a
fissura mediana anterior, continuando-se com a fissura mediana
anterior da medula (já citada no capítulo anterior). Bilateralmente
a essa fissura mediana anterior, encontramos as pirâmides bulbares
(contendo os feixes do trato córtico-espinhal), as pirâmides
tornam-se mais finas inferiormente dando origem as decussações das
pirâmides (local onde os feixes nervosos cruzam para o lado oposto).
Posteriormente às pirâmides encontramos, também bilateralmente, as
olivas (elevações ovais) – núcleos olivares. No sulco situado
entre as olivas (contém o trato córtico-nuclear e córtico-espinhal)
e as pirâmides encontramos as radículas do nervo hipoglosso (XII
par craniano). Ainda posteriores às olivas encontramos os pedúnculos
cerebelares inferiores, observados na tomografia computadorizada
(TC). Ainda com relação à topografia, devemos notar que entre as
olivas e os pedúnculos cerebelares inferiores emergem as radículas
dos nervos cranianos glossofaríngeo e vago (IX e X par,
respectivamente).
IMPORTANTE: As
radículas do nervo hipoglosso são as únicas a originarem-se da
porção mais anterior do bulbo!! As demais raízes emergem
posteriormente ao bulbo (IX, X e XI pares cranianos).
A superfície posterior
do bulbo, em sua porção superior, formará o assoalho do IV
ventrículo, já sua porção mais inferior se continuará com a
medula espinhal: essa porção apresentará, como já visto no
capítulo sobre medula espinhal, o sulco mediano posterior dividindo
a medula espinhal posterior em fascículo grácil (medialmente) e
cuneiforme (lateralmente).
Na região da
decussação das pirâmides, vale destacar que ¾ das fibras motoras
do trato córticoespinhal sofrem essa inversão de fibras para o lado
contralateral, agora, como trato cortiço-espinhal lateral. Os
núcleos grácil e cuneiforme são expansões arredondadas situadas
na porção póstero-superior do bulbo. Um corte transverso da metade
inferior do bulbo, acima da decussação das pirâmides, encontramos
a decussação dos lemniscos, maior decussação sensorial, formada
pelas fibras arqueadas internas. Os tratos espino-talâmicos lateral
e anterior como também o trato espinotectal passam lateralmente à
decussação do lemnisco. Já os tratos espinocerebelar,
vestíbulo-espinhal e rubro-espinhal passam ânterolateralmente ao
bulbo.
Nível das Olivas: num
corte transverso observamos aumento na quantidade de substância
cinzenta, correspondendo aos núcleos dos nervos VIII, IX, X, XI, XII
e arqueados.
Núcleos Ambíguos: são
grandes neurônios motores, situados profundamente à formação
reticular, as fibras nervosas emergem deste núcleo juntando-se aos
nervos glossofaríngeo e vago e porção craniana no nervo acessório
(inervam os músculos esqueléticos – voluntários).
Algumas estruturas
deverão ser reconhecidas nesse momento: observando-se o tronco da
porção medial para porção lateral encontraremos o núcleo do
hipoglosso, núcleo dorsal do vago, núcleo do tracto solitário
(NTS) e núcleos vestibulares mediais e inferiores. As estrias
medulares também poderão ser visualizadas na porção posterior do
bulbo, separando as chamadas áreas vestibulares. O trígono do nervo
hipoglosso esta superiormente ao trígono do nervo vago, ambos,
superiormente ao óbex (triângulo terminal). Em íntimo contato com
o óbex, em seu assoalho, também encontramos região relacionada ao
reflexo do vômito, sendo ela a área posterior(postrema) do assoalho
do IV ventrículo (funículo separans).Vale ainda destacar que a
formação reticular constitui-se em misturas difusas de fibras
nervosas com pequenos grupos de células que representa apenas uma
parte de um sistema “on-off cerebral” situados também na ponte e
no mesencéfalo.
2. Ponte –
A ponte situa-se
anteriormente ao cerebelo, conectando-se com o bulbo (inferiormente)
e com o mesencéfalo (superiormente). Observamos em sua superfície
fibras ligando um hemisfério cerebelar ao outro (por isso a
denominação ponte). Sua maior dilatação, visualizada
posteriormente, é denominada pedúnculo cerebelar médio.
Anteriormente visualizamos um sulco, relativamente profundo,
denominado sulco da artéria basilar já que conterá a própria
artéria basilar, ramo da anastomose das duas artérias vertebrais.
Lateralmente à porção anterior da ponte visualizamos as raízes
motoras (menor) e sensoriais (maior) do nervo trigêmio. Entre a
ponte e o bulbo, há um sulco denominado sulco bulbo-pontino contendo
os nervos abducente (medial) e nervo facial (lateral) além do nervo
vestíbulo-coclear situado mais lateralmente ainda em relação ao
nervo facial. A porção posterior da ponte forma a porção superior
do assoalho do IV ventrículo sendo formada por: pedúnculos
cerebelares superiores (porção superior), sulco mediano (divide a
ponte em duas metades simétricas). Há uma elevação lateral ao
sulco mediano denominada eminência medial, limitada lateralmente
pelo sulco limitante. A porção inferior da eminência medial é
dilatada formando o colículo facial (raiz do nervo facial). Ainda,
lateral ao sulco limitante encontramos o locus ceruleos e a área
vestibular.
A ponte é dividida
internamente por uma porção anterior, corpo trapezóide e uma
porção posterior, o tegmento. O corpo trapezóide (lemnisco medial
e fibras de conexão para o cerebelo) é formado por fibras derivadas
dos núcleos cocleares e dos núcleos do corpo trapezóide. Essas
fibras cruzam transversalmente pela porção anterior ao tegmento. A
porção basilar desta porção da ponte contém pequenos núcleos
(núcleos pontinos) que mais tarde unirão o cérebro ao cerebelo
(via principal de conexão). Já a porção mais cranial da ponte
contém além das formações citadas anteriormente os núcleos
(motor e sensorial) dos nervos trigêmio, pedúnculos cerebelares
inferiores, lemnisco espinhal e lateral.
3. Mesencéfalo –
O mesencéfalo conecta
a ponte ao cérebro anterior. O mesencéfalo é atravessado pelo
aqueduto do mesencéfalo ou aqueduto de Sylvius ou ainda, aqueduto
cerebral, sendo uma via de passagem para o líquido cefalorraquidiano
do III para o IV ventrículo. Em sua porção posterior encontram-se
os 4 colículos: dois colículos superiores (relacionados à visão)
e dois colículos inferiores (relacionados à audição), ambos
formando a lâmina quadrigeminal. Abaixo dos colículos emergem os
nervos trocleares (IV par), enrolando-se em torno do mesencéfalo.
Braços emergem no sentido ântero-lateral ao mesencéfalo
correlacionando o colículo superior ao corpo geniculado lateral do
tálamo (tracto óptico), enquanto que o braço inferior interliga o
colículo inferior ao corpo geniculado medial do tálamo (tracto
auditivo). Na porção anterior do mesencéfalo há uma depressão
profunda denominada cisterna interpeduncular, limitada bilateralmente
pela cruz do cérebro. Muitos vasos sanguíneos perfuram o assoalho
da cisterna interpeduncular formando a substância perfurada
anterior. O nervo oculomotor emerge da porção medial dos pedúnculos
cerebrais.
O mesencéfalo possui
dois pedúnculos cerebrais (porção anterior) e o tegmento
(posterior) separados por uma faixa de substância cinzenta,
denominada substância negra. O tecto do mesencéfalo é a porção
do mesencéfalo posterior ao aqueduto cerebral, compreendendo o
núcleo dos colículos. Ao redor do aqueduto do mesencéfalo
encontramos uma área de sustância cinzenta denominada substância
cinzenta periaquedutal.
O nervo troclear sai do
núcleo troclear, circundando a substância cinzenta periaquedutal e
decussando ao nível do véu medular superior. A formação reticular
do mesencéfalo é menor do que a da ponte.
A substância negra é
uma grande quantidade de núcleos de neurônios multipolares
relacionando-se com os núcleos da base, medula espinhal e com o
hipotálamo. O pedúnculo cerebral contém fibras como as
córtico-espinhais e as córtico-nucleares.
Os colículos
superiores conectam-se com os corpos geniculados laterais do tálamo
sendo responsáveis pelos reflexos luminosos (miose). A via aferente
termina do núcleo pré-tectal que ativam os núcleos parassimpáticos
no nervo oculomotor (núcleo de Edinger-Westphal), seguindo a
ativação para o núcleo oculomotor. O III nervo, então passa por
cima do núcleo rubro para emergir na face medial dos pedúnculos
cerebrais (fossa interpeduncular).
O núcleo rubro é uma
massa de células (neurônios) situadas entre a substância negra e o
aqueduto cerebral. Trata-se de um núcleo de cor avermelhada já que
possui extensa vascularização e abundância em ferro. Fazem
conexões com as fibras córtico-espinhais, com os pedúnculos
cerebelares superiores, com o núcleo lentiforme, subtalâmico,
hipotalâmico, da substância negra e da medula espinhal. Suas
eferências incluem o trato rubro-espinhal, rubro-reticular,
rubro-talâmico e rubro-nigral.
http://www.sistemanervoso.com/pagina.php?secao=1&materia_id=358&materiaver=1
http://www.auladeanatomia.com/neurologia/troncoencefalico.htm
Alternativa assinalada
no gabarito da banca organizadora: A
Alternativa que indico
após analisar: A
Nenhum comentário:
Postar um comentário