Faculdade Mario Schenberg

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Treino de Marcha nas artroplastias de Joelho e Quadril

Alguns pacientes, por motivo de dor no membro inferior (Entorse, Fratura, Pós-Operatório, etc...), ou por motivo de alteração motoras (paraparesia, hemiplegia) são obrigados a utilizar dispositivos auxiliares da marcha. Um dos dispositivos auxiliares mais usado é a muleta. O post de hoje vai ser focado no uso de muletas nas artroplastias de Membros Inferiores. No entanto, vou aproveitar o tema e comentarei também outras indicações das muletas.

Vou começar sendo bastante direto: Basicamente uma muleta deve ser capaz de fazer duas coisas pelos nossos pacientes que passaram por uma artroplastia de joelho ou quadril:

(1) Reduzir a descarga de peso sobre um dos membros inferiores.
(2) Ampliar a base de apoio para aumentar o equilíbrio e oferecer estabilidade ao paciente.

É importante notar que uma base de apoio alargada também auxilia no deslocamento e fornece informações sensoriais através das mãos. De modo geral, o uso de muletas se faz necessário para pessoas com dores na perna ou no pé, lesão, fraqueza muscular ou marcha instável. Além destas indicações óbvias, o usos de muletas possibilita assumir a posição ortostática, auxiliando na circulação, na função renal e pulmonar, ajuda na prevenção da osteoporose por fornecer estímulo mecânico (compressivo) aos ossos. Em crianças, a descarga de peso também estimula a epífise de crescimento.

Existem basicamente 2 modelos de muletas: A axilar e a canadense.
Muleta Axilar: Os modelos em geral possibilitam o ajuste do comprimento total e também par ao apoio da mão. Em ortostatismo estático, o ponto mais alto da muleta, deve situar-se 2 a 3 dedos abaixo da axila até um ponto cerca de 15-20cm afastado lateralmente do seu pé. As mãos devem estar posicionadas de tal forma que permitam uma flexão de cotovelo de cerca de 30º. È importante frisar que não se deve apoiar as axilas na muleta durante a marcha, a força toda deve acontecer no cotovelo e punho, sob o risco do paciente compreender de onde vem o adágio popular “sofre mais do que suvaco de aleijado”
Muleta Canadense: Mais uma vez, o posicionamento deve permitir uma flexão de cerca de 30o a muleta deve tocar no solo cerca de 5-10 cm para fora e cerca de 15cm a frente do pé
Estudos mostram que o punho recebe de 1 a 3 vezes o peso do corpo durante a fase de balanço da marcha com muletas.

Para o uso seguro de muletas, algumas regras de vem ser seguidas:
  • Nunca apóie o peso nas axilas, use os punhos
  • Quando parado, posicione as muletas à frente
  • Quando andar, não tente andar rápido demais ou dar passos muito compridos
  • Quando descer escadas, posicione as muletas no degrau abaixo, então desça o degrau com a perna não afetada.
  • Quando subir escadas, suba com a perna boa primeiro, só então traga as muletas e a perna afetada para cima.
  • Converse com o cirurgião ortopedista a respeito da qulidade do osso, sobre intercorrências durante a cirurgia, se a prótese foi cimentad a ou não (próteses não cimentadas exigem descarga parcial de peso enqunato as não cimentadas o paciente pode descarregar o peso conforme tolerância)
Tipos de marcha => (Clique no título e assista ao vídeo do padrão de marcha)

Marcha de 3 pontos

Indicação:
Incapacidade de descarregar peso em uma das pernas (fratura, dor, amputação ou pós-operatório)
Seqüência de movimentos:
Primeiro leve ambas as muletas e o membro afetado à frente. Então descarrege o peso do corpo sobre as muletas e mova o membro não afetado à frente. Repita a seqüência
Vantagens: 
Elimina a descarga de peso sobre o membro afetado
Desvantagem:
È preciso que o paciente tenha um bom equilíbrio


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Marcha de 4 pontos

Indicação:
Fraqueza em ambas as pernas ou coordenação insuficiente
Seqüência de movimentos:
Muleta esquerda, pé direito, muleta direita, pé esquerdo. Repita a seqüência
Vantagens: 
Garante estabilidade uma vez que sempre há 3 pontos de apoio no solo
Desvantagem:
Baixa velocidade


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Marcha de dois pontos 
Indicação:
Fraqueza em ambas as pernas ou coordenação deficiente
Seqüência de movimentos
Muleta esquerda, e pé direito juntos, então muleta direita e pé esquerdo juntos. Repita a seqüência
Vantagens:
Mais rápido do que a marcha de quatro apoios
Desvantagens:
Pode ser difícil aprender esta seqüência de movimentos

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Marcha tipo mergulho
Indicações:
Incapacidade de descarregar completamente o peso em ambas as pernas (fraturas, dor e amputações)
Sequência de movimentos:
Avance com ambas as muletas à frente, então enquanto descarrega o peso todo nos braços, leve ambas as pernas à frente, ao mesmo tempo por entre as muletas
Vantagens:
È o padrão de marcha mais rápido
Desvantagem:
O gasto energético é alto e exige bastante força nos membros superiores

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Marcha tipo Semi-Mergulho (acho que posso traduzir assim)
Indicações
Pacientes com fraqueza em ambos os membros inferiores
Seqüência de movimentos 
Avance com ambas as muletas à frente, então enquanto descarrega o peso todo nos braços, leve ambas as pernas à frente ao mesmo tempo porém não ultrapasse as muletas
Vantagens:
Fácil de aprender
Desvantagem:
Exige força nos membros superiores

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