A dor lombar é um dos
problemas mais comuns da sociedade moderna. De acordo com dados do
Ministério da Saúde, a incidência de lesões no tronco é muito
alta no país e, em geral, de 60% a 80% da população já sofre ou
sofrerá de dores na coluna em algum momento da vida.
Mas os sintomas, como
dores no braços e nas pernas e diminuição de força e atrofia de
musculatura, podem ser minimizados com exercícios físicos que
buscam fortalecer, equilibrar e alongar a musculatura da coluna
vertebral, como o Pilates.
Dos cerca de 5,5
milhões de brasileiros que possuem hérnia de disco — doença
degenerativa da coluna vertebral — muitos têm recorrido ao método
como auxílio na reabilitação. Bastante eficaz no tratamento, tanto
a longo como em curto prazo, o Pilates atua em todas as fases da
hérnia de disco, proporcionando a melhora dos sintomas e evitando a
reincidência da doença.
Segundo o
fisioterapeuta e professor de pilates Vinicius Zacarias, durante as
aulas, são realizados exercícios que seguem os princípios básicos
do método, como a contração dos músculos abdominais associado à
respiração, que proporcionam a estabilização da coluna lombar e,
consequentemente, a diminuição da dor.
Não é à toa que a
técnica cada vez mais cresce no Brasil e vem sendo utilizada não só
como condicionamento físico, mas também como terapêutico.
— O Pilates é um
condicionamento tanto físico quanto mental e, por ser completo,
abrange o corpo de maneira uniforme. Isso acaba por fortalecer,
equilibrar e alongar a musculatura da coluna vertebral, trazendo um
maior alinhamento e, em determinados casos, uma diminuição das
tensões existentes. Isso gera um alívio de pinçamentos e
compressões dos discos, o que estimula a circulação na região —
explica o professor.
E não há nenhuma
restrição quanto à prática regular dos exercícios por quem sofre
com a hérnia de disco, seja na fase aguda, subaguda ou crônica,
desde que sejam orientados por um profissional qualificado. Na fase
inicial da doença, ele é geralmente associado a outras técnicas
fisioterapêuticas como, por exemplo, a osteopatia e a reeducação
postural global (RPG).
Na fase subaguda são
feitos exercícios com a coluna lombar apoiada no chão ou nos
aparelhos, como o reformer e o cadillac, e, progressivamente,
incluem-se os exercícios que evitam as rotações de tronco e o
esforço da musculatura tônica.
Já na fase crônica, o
método Pilates é de grande importância para tratar as
compensações, os encurtamentos musculares, as hipomobilidades,
trabalhar a postura e o equilíbrio.
— Inicialmente, o
aluno passa por uma avaliação postural e por uma anamnese, onde são
detectados os desvios posturais, desequilíbrios musculares e as
dores relatadas pelo próprio aluno. A partir daí é que será
montado um programa de treinamento específico, com objetivos
pré-determinados e sempre respeitando as restrições ou limitações
de cada um — ressalta Zacarias.
Mente e corpo em
equilíbrio
O Pilates enfatiza
muito o controle da mente sobre o corpo, bem como a suavidade,
precisão e harmonia com que os movimentos devem ser realizados. Ele
é baseado em seis princípios: respiração, centro de força (power
house), concentração, controle, precisão e fluidez.
Respiração
A respiração deve ser
sempre coordenada com o movimento e, se adequada, favorece a
organização do tronco, a sustentação lombo-pélvica e o
relaxamento da musculatura inspiratória dos ombros e do pescoço.
Centro de Força (Power
House)
É um conjunto de
músculos responsáveis pela sustentação da coluna e dos órgãos
internos. O fortalecimento desta musculatura proporciona a
estabilização do tronco e um alinhamento biomecânico com menor
gasto energético.
Concentração
Deve-se dar atenção e
importância a todas as partes do corpo para que o movimento seja
realizado com a maior eficiência possível. É a transformação de
um pensamento em movimento.
Controle
É o melhor
recrutamento da musculatura desejada. Visa um padrão suave e
harmônico de movimento. O aprendizado motor também faz parte dos
objetivos e benefícios do Pilates e está diretamente relacionado
com o princípio da concentração.
Precisão
Diz respeito ao
refinamento do controle e equilíbrio dos diferentes músculos
envolvidos num movimento, sem gasto desnecessário de energia a
partir de contrações inadequadas, sejam elas exageradas ou
deficientes.
Fluidez
A fluidez e leveza dos
movimentos permitem a utilização apenas da energia necessária para
o movimento, sem desperdício. Os movimentos não têm início, meio
ou fim. Desta forma, o organismo aproveita a fase concêntrica e
excêntrica dos exercícios, resultando num treino equilibrado e
funcional e protegendo os tecidos de possíveis desgastes prematuros.
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