O desenvolvimento motor
é considerado como um processo sequencial, contínuo e relacionado à
idade cronológica, pelo qual o ser humano adquire uma enorme
quantidade de habilidades motoras, as quais progridem de movimentos
simples e desorganizados para a execução de habilidades motoras
altamente organizadas e complexas.
O atraso global no
desenvolvimento neuropsicomotor é definido como um atraso
significativo em várias partes do nosso desenvolvimento, podendo
afetar a motricidade fina, motricidade grossa, linguagem, cognição,
interação social e ainda as atividades de vida diária.
Ela nasce sem a
integração dos sistemas que ainda estão se formando, a partir da
maturação do SNC é que ela começa adquirir novas habilidades. Os
primeiros anos de vida são considerados críticos para o
desenvolvimento infantil, já que há maior plasticidade cerebral, o
que favorece o desenvolvimento de todas as potencialidades da
criança.
Sabe-se que o processo
de desenvolvimento ocorre de maneira dinâmica e é suscetível a ser
moldado a partir de inúmeros estímulos externos. A interação
entre aspectos relativos ao indivíduo, como suas características
físicas e estruturais, ao ambiente em que está inserido e à tarefa
a ser aprendida são determinantes na aquisição e refinamento das
diferentes habilidades motoras.
O desenvolvimento motor
atípico não se vincula, obrigatoriamente, à presença de
alterações neurológicas ou estruturais. Mesmo crianças que não
apresentam sequelas graves podem apresentar comprometimento em
algumas áreas de seu desenvolvimento neuropsicomotor. Estudos
descrevem prejuízos mais comumente ligados à memória, à
coordenação visuomotora e à linguagem.
Neste sentido, crianças
com desenvolvimento motor atípico, ou que se apresentam com risco de
atrasos, merecem atenção e ações específicas, já que os
problemas de coordenação e controle do movimento poderão se
prolongar até a fase adulta. Além disso, atrasos motores
frequentemente associam-se a prejuízos secundários de ordem
psicológica e social, como baixa autoestima, isolamento,
hiperatividade, entre outros, que dificultam a socialização de
crianças e o seu desempenho escolar.
O fisioterapeuta tem um
papel fundamental no diagnóstico e tratamento de distúrbios do
desenvolvimento, avaliando e identificando qualquer alteração no
quadro neuropsicomotor. A intervenção deste profissional visa
estabelecer e/ou restabelecer a funcionalidade do movimento,
trabalhando no sentido de ensinar para a criança posturas e
movimentos funcionais, mostrando a importância deste movimento como
função e não como “fazer o movimento só por fazer”.
Trabalhamos principalmente através da promoção de experiências
motoras adequadas. Com a fisioterapia sendo oportunizada
precocemente, é possível trabalhar esse processo de
ensino-aprendizagem, fazendo com que a criança com atraso do DNPM
(desenvolvimento neuropsicomotor) se torne apta a responder às suas
necessidades e às do seu meio de acordo com o seu contexto de vida.
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