Faculdade Mario Schenberg

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Sugestão de tratamento de Ombro


1- Mobilização articular:
Decoapto o úmero da glenoumeral para aumentar o fluxo de liquido sinovial e nutrir a articulação, em seguida realizo um movimento Antero-posterior da cabeça do úmero.
Se possível trabalhar mobilização da clavícula, é super interessante para melhorar a ADM.

2 – Mobilização neural nervo ulnar: a mobilização neural é toda realizada de foma PASSIVA!
Terapeuta: - Segurar nos dedos e no cotovelo;
- Deve realizar os movimentos com o corpo, em posição de finta.
Movimento: - Quando a mão subir o ombro sobe também;
- Quando o ombro descer a mão desce também (neutro).
Mobilizo o nervo com o objetivo de permitir/melhora o fluxo axoplasmótico, tirar a sensação de parestesia e aumentar ADM do paciente.


3 - Nervo mediano:
Terapeuta:
- Segurar nos dedos e no cotovelo;
- Deve realizar os movimentos com o corpo, em posição de finta.
Movimento:
- Quando a mão subir (neutro) o ombro desce;
- Quando a mão descer o ombro sobe.
Mobilizo o nervo com o objetivo de permitir/melhora o fluxo axoplasmótico, tirar a sensação de parestesia e aumentar ADM do paciente.





4- Nervo radial:
Terapeuta:
- Segurar nos dedos e no cotovelo;
- Deve realizar os movimentos com o corpo, em posição de finta.
Movimento:
- Quando o ombro levantar, simultaneamente você deve realizar flexão e rotação interna;
- Quando o ombro descer, você deve simultaneamente deixar o MMSS em posição neutra.
Mobilizo o nervo com o objetivo de permitir/melhora o fluxo axoplasmótico, tirar a sensação de parestesia e aumentar ADM do paciente.


5- Faço glide Antero-posteior da cabeça do úmero e mantenho lá durante o exercício sem perder e pegada e a outra mão eu realizo um movimento de báscula lateral, isso ajuda o movimento livrando o paciente da dor SEMPRE, caso contrário a técnica esta sendo realizada de forma errada, se persistir na dor o terapeuta não deve persistir. O exercício é ativo assistido e o terapeuta solicita o movimento que sente dor (exemplo da imagem: pentear o cabelo).
ps: meu posicionamento esta errado pois o câmera teve que procurar um bom ângulo para a imagem. Mas o correto é na lateral do paciente do lado oposto ou atrás no mesmo lado da mobilização.

6- Mobilização da glenoumeral indireta, exercício passivo! Apenas com o objetivo de mobilizar a articulação.


7- Mobilização indireta da glenoumeral, tem o objetivo de ativar os rotadores e mobilizar a articulação através da irradiação.

8- Fortalecimento de rotadores, além de seu vetor de força ter o objetivo de deprimir a cabeça do úmero, os rotadores são importantes para estabilizar o ombro. Em caso de SIC o fortalecimento dos rotadores são MUITO importantes, pois livrará a pressão sobre o tendão do supra ou a bursa.


9- Fortalecimento de Serrátil anterior e ativando trapézio de fibras inferiores.
"ombro encaixado" (ativação de trap. inferior) o tempo todo.

10- Fortalecimento de Serrátil anterior e ativando trapézio de fibras inferiores.
eu estava indo corrigir a posição do punho, temos que ficar alerta nos mínimos detalhes.
ATENÇÃO: observe se o paciente vai compensar levantando toda a parte lateral do corpo, e lembre estimular a ativação do trap. inferior sempre.

11- Fortalecendo trapézio inferior, realizo flexão de 135º para alinhar as fibras do trapézio inferior e assim produzir maior toque.





12- Em posição de “prancha” o paciente deve ativar rotadores, serrátil e trapézio inferior.
Deve-se estimular o "encaixe do ombro" e a cifose fisiológica, ativando desta forma serrátil.
PS: no momentos estávamos bem atrasados e erramos de certa forma em alguns detalhes do alinhamento biomecânico. Percebe-se que nesta foto a cervical não esta encaixada, em retração. Mas não erram e exijam todo o alinhamento EX: Ombros alinhados, "encaixe do pescoço (retração cervical), o "encaixe do ombro e a cifose fisiológica.

13- Posição de 4 apoios, nível mais avançado que “prancha” mas que tem o mesmo objetivo. Visa mais o trabalho de propriocepção e trabalhar os músculos responsáveis pelo “encaixe do ombro”.
Lordose fisiológica, core ativado, cifose fisiológica, trap. inferior ativado, retração cervical, ombros alinhados, joelhos alinhados e cotovelos ligeiramente virados para frente e destravados.
UFA....é bem assim durante todo o momento, pois o paciente compensa fácil e o terapeuta deve estar a tento a tudo!



14- Muito utilizado em atletas lutadores, com o objetivo de ativar o serratil anterior, trabalhando seu funcional.

15- Ativando rotadores externos por irradiação.




sexta-feira, 24 de maio de 2013

O Método TheraSuit na reabilitação neurofuncional


HISTÓRIA
Invenção da Era Espacial originária da Rússia
A veste (suit) original era chamada de Pinguim
Seu design original tinha como intuito contrapor os efeitos negativos vividos pelos astronautas (atrofia muscular, osteoporose), durante suas longas viagens pelo espaço, devido à falta de ação da gravidade.
Nos anos 90 a veste era usada em crianças com disfunções neuromusculares
No ano de 1997 a veste foi apresentada às crianças norte americanas
Em 2002 o Thera Suit foi desenvolvido e registrado com o “FDA”

Bandagem Funcional para Fascite Plantar

PARKINSON



Em 1817, James Parkinson publicou uma monografia intitulada “An Essay on Shaking Palsy” (Um ensaio sobre a paralisia agitante)
Estava descrita a doença caracterizada por tremor de repouso, bradicinesia, rigidez e postura encurvada para frente
Jean Marie Charcot acrescentou anormalidades no tônus muscular e na cognição
Propôs o nome de Doença de Parkinson
É um distúrbio neurológico progressivo, caracterizado, principalmente, pela degeneração das células da camada ventral da parte compacta da substância negra e do locus ceruleus
Nucleo caudado e putamen (corpo estriado), onde a dopamina é liberada em quantidade insuficiente e hiperatividade dos neurônios colinérgicos
O início das manifestações clínicas corresponde à perda de 60% dos neurônios dessas regiões e 80% da dopamina do estriado
Os distúrbios do movimento são doenças onde se observam movimentos anormais hipocinéticos e hipercinéticos
São descritos como doenças extrapiramidais
Resultam de doenças dos glânglios da base
Vários são os neurotransmissores e as interconexões envolvidos nos circuitos dos glânglios da base
Dopamina, ácido gama-aminobutírico e o glutamato

PARKINSONISMO
É um termo genérico que designa uma série de doenças com causas diferentes e que têm em comum a presença de sintomas parkinsonianos
Doença de Parkinson é uma forma e a mais comum (80%). Primário
Existem várias classificações diferentes: secundários, atípicos, etc.

EPIDEMIOLOGIA
n A doença de Parkinson representa 80% dos casos de parkinsonismo
n Idade superior a 50 anos
n Prevalência de 1% da população geral

ETIOPATOGENIA
n Causa permanece desconhecida
n Mecanismos etiopatogênicos diferentes estão relacionados à morte dos neurônios dopaminérgicos da parte compacta da substância negra
n Fatores genéticos, toxinas ambientais, estresse oxidativo e anormalidades mitocondriais
n 20 a 25% têm pelos menos 1 parente de primeiro grau com a doença
n Despigmentação da substância negra devido a morte neuronal e perda de melanina
n Aparecimento de inclusões fibrilares intracitoplasmáticas (corpúsculos de Lewy)

CLÍNICA
n Tremor de repouso, de início assimétrico
n Bradicinesia ao iniciar ou executar
n Rigidez, hipertonia plástica
n Alteração dos reflexos posturais
n Postura flexionada para frente, instabilidade
n Bloqueio motor

SINAIS E SINTOMAS NOS IDOSOS
n Fácies inexpressiva
n Fala hipofônica
n Micrografia
n Marcha festinante
n Perda do balanço dos braços
n Acúmulo de saliva
n Depressão
n Aumento no tempo das AVD
n Déficit cognitivo
n Câimbras
n Seborréia
n Hipotensão ortostática

DIAGNÓSTICO
n Baseado na identificação e sintomas que compõem o quadro clínico
n Dois dos três sinais motores (tremor, rigidez e bradicinesia)

TRATAMENTO
n Visa o controle dos sintomas
n Não há tratamento medicamentoso ou cirúrgico que previna a progressão da doença (Tratados de geriatria)
n Cirurgia ablativa e estimulação cerebral profunda (globo pálido e núcleo subtalâmico)
n Objetivo é manter a pessoa idosa com o maior tempo possível com autonomia, independência funcional e equilíbrio psicológico
Levodopa continua sendo o padrão ouro no tratamento

Biomecânica - Resumo


ESTABILIDADE E EQUILÍBRIO
Quando um objeto está equilibrado, todas as forças que atuam sobre ele são iguais e ele está em um estado de equilíbrio.

Centro de Gravidade (CG)
É o ponto de equilíbrio de um objeto no qual o peso em todos os lados é igual. Também é o ponto no qual os planos do corpo se cruzam. ponto no qual a soma dos torques produzidos pelos pesos dos segmentos corporais é igual a zero. É o ponto de equilíbrio

Base de apoio (BA)
É aquela parte do corpo que está em contato com a base de sustentação.


TIPOS DE EQUILÍBRIO
Equilíbrio estável ocorre quando um objeto está em uma posição que para movê-lo seria necessário elevar seu CG.
Equilíbrio instável ocorre quando apenas uma força leve é necessária para mover um objeto.
Existe equilíbrio neutro quan­do o CG de um objeto não é elevado nem abaixado quando é movido.


Relação entre equilíbrio, estabilidade e movimento.
Quanto mais baixo o CG, mais estável o objeto.
CG e a LG precisam permanecer dentro da BA para que um objeto permaneça estável.
A estabilidade aumenta à medida que a BA é amplia­da na direção da força.
Quanto maior a massa de um objeto, maior a estabili­dade.
Quanto maior o atrito entre a face de sustentação e a BA, mais estável o corpo será.
As pessoas têm um equilíbrio melhor enquanto se movimentam se estiverem focalizadas em um objeto estacionário em vez de em um objeto móvel.

ESTABILIDADE E EQUILÍBRIO
Estabilidade: É definida mecanicamente como a resistência a aceleração tanto linear quanto angular ou a resistência a romper o equilíbrio.
Equilíbrio: capacidade de controlar a estabilidade.
Fatores que afetam a estabilidade:
massa corporal – Maior massa, maior o grau de estabilidade
Atrito – Maior atrito, maior grau de estabilidade
localização horizontal do CG – Quanto mais distante dos limites da base de suporte, maior grau de estabilidade
Tamanho da base de sustentação – Maior base, maior grau de estabilidade
Altura do CG – Maior altura, menor grau de estabilidade

TIPOS DE EQUILÍBRIO
1. EQUILÍBRIO ESTÁVEL : Se o CG de um corpo é levemente movimentado e o corpo tende a retornar a sua posição original
2. EQUILÍBRIO INSTÁVEL : SE O CG NÃO TENDE RETOMAR À POSIÇÃO ANTERIOR, MAS PROCURA UMA NOVA POSIÇÃO, O CORPO PODE CAIR
3. EQUILÍBRIO NEUTRO : quando o CG é deslocado ele permanece no mesmo nível, isto é, nem cai nem retorna à posição anterior

ESTABILIDADE E EQUILÍBRIO
A sensação de equilíbrio é essencial para a coordenação das respostas motoras, movimentos dos olhos e ajustes posturais. A perturbação do sentido do equilíbrio provoca vertigem, náuseas, reações desordenadas de equilíbrio e sinais autonômicos como palidez, sudorese, vômito, hipotensão, e logo nos tornamos conscientes dessas sensações.
O mecanismo de equilíbrio está baseado em uma cooperação intrínseca entre o sistema vestibular; informações proprioceptivas e táteis; visão e integração sensorial dentro do SNC; percepção visual e espacial; tônus muscular efetivo que se adapte rapidamente a alterações; força muscular e flexibilidade articular.

MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO
1. Sistema vestibular: sustenta a cabeça em uma posição vertical
Reflexos cervicais : mantêm a cabeça alinhada com o corpo;
Reflexos vestibulares e cervicais também atuam sobre os músculos dos membros para amortecer quedas e estabilizar o corpo em relação à superfície de apoio;
Reflexo vestíbulo-oculomotor : ajuda a manter o campo visual no plano horizontal.
2. Formação reticular da ponte e bulbo : a formação reticular é um agregado central de núcleos difusamente organizados. Dois grupos desses núcleos, na ponte e no bulbo, estão envolvidos no controle da postura. Esses núcleos projetam-se através do tracto reticuloespinhal medial e lateral para todos os níveis da medula espinhal.
As conecções da formação reticular permitem a coordenação da postura e movimento pela integração de informações sensoriais vestibulares e de outras fontes com comandos do córtex cerebral.
3. Cerebelo
4. Visão
5. Propriocepção
6. Receptores cutâneos
A seguir veremos alguns dos principais desvios posturais, que possivelmente iremos encontrar em nossos avaliados.

Vista Anterior:
Escoliose - é um desvio lateral da coluna vertebral que pode ser classificada em:
Escoliose Simples - quando apresenta uma única curvatura em uma das regiões da coluna vertebral, e pode ser:

1. Escoliose Torácica destro convexa
2. Escoliose Torácica sinistro convexa
3. Escoliose Lombar destro convexa
4. Escoliose Lombar sinistro convexa

Escoliose Total - quando apresenta uma única curvatura em mais de uma região da coluna vertebral, e pode ser:
1. Escoliose Total destro convexa
2. Escoliose Total sinistro convexa

Escoliose Dupla - quando apresenta duas curvaturas opostas em regiões diferentes da coluna vertebral, e pode ser:
1. Escoliose Torácica destro convexa Lombar sinistro convexa
2. Escoliose Torácica sinistro convexa Lombar destro convexa

Escoliose Tripla - quando apresenta três curvaturas, sendo uma em cada região da coluna vertebral, e pode ser:
1. Escoliose Cervical destro convexo Torácica sinistra convexa - Lombar destro convexo.
2. Escoliose Cervical sinistro convexa Torácica destro convexa Lombar sinistro convexa.

Geno Varo - é um afastamento dos joelhos em relação ao plano sagital.
Geno Valgo - é uma aproximação dos joelhos em relação ao plano sagital.
Pé Abduto - é a projeção dos pés para fora em relação ao plano sagital.
Pé Aduto - é a projeção dos pés para dentro em relação ao ao plano sagital.
Pé Plano - é a diminuição ou perda total do arco plantar.
Pé Cavo - é o aumento da curvatura do arco plantar.

Vista Lateral:

Hiperlordose Cervical - é a acentuação da curvatura da coluna cervical.
Hipercifose Torácica - é a acentuação da curvatura da coluna dorsal.
Hiperlordose Lombar - é a acentuação da curvatura da coluna lombar.
Costa Plana - é a diminuição ou inversão de uma ou mais curvaturas da coluna vertebral.
Geno Recurvato - é uma hiperextensão dos joelhos, projetando-os para trás em relação ao plano coronal.
Geno Flexo - é a projeção dos joelhos para frente em relação ao plano coronal.
Pé Eqüino - estando o indivíduo em posição ortostática os calcanhares não tocam o solo.
Pé Calcâneo - estando o indivíduo em posição ortostática a porção anterior dos pés não toca o solo.

Vista Posterior:

Pé Varo - é a projeção do tendão calcâneo para fora da linha média do corpo.
Pé Valgo - é a projeção do tendão calcâneo para dentro da linha média do corpo.

Na impossibilidade de dispor de um simetrógrafo, é possível realizar a avaliação apenas com observação do avaliado nas diferentes posições descritas, postando-se o avaliador a mais ou menos 3 metros do avaliado; esta não é a forma ideal, mas pode dar uma boa noção dos desvios mais evidentes.

Análise da Marcha
A fase de apoio no solo começa, com o contato inicial do pé (calcanhar-solo, porém em algumas condições patológicas outras partes do pé podem tocar o chão antes do calcanhar) e termina quando o pé (normalmente a cabeça dos metatarsos e os artelhos ) deixa o solo (denominada impulsão).
A fase de oscilação inicia-se com a impulsão e termina no calcanhar-solo. Nas velocidades comuns da marcha, a fase de apoio ocupa 60% de um único ciclo da marcha e 40% a fase de oscilação. Na caminhada , pode-se considerar um tempo de 1 a 2 seg para um ciclo típico, mas na corrida não se considera uma fase de apoio dos dois pés no chão.
Analisando a atividade muscular, descobriu-se que durante a marcha os músculos utilizados realizam contrações excêntricas e resistem a uma força de estiramento (gravidade,momento). Este esquema foi considerado mais econômico do ponto de vista de gasto energético que a corrida.
Músculos ativados: dorsoflexores de tornozelo, gastrocnêmio e sóleo, quadríceps, Ísquio-tibiais , Glúteo máximo, flexores de quadril (observado: grácil, porção do adutor mágno, adutor longo, mas não ativa o reto femoral ) e ílio psoas (pouca atividade, mais para a fase de impulsão);
abdutores (após o contato do calcanhar);
adutores (início e fim da fase de apoio); eretores da espinha (quando toca o solo do mesmo lado da perna); reto abdominal; músculos dos pés (em geral e mais ativos em pessoas de pés chatos); deltóides posterior e médio, subescapular, grande dorsal , redondo maior (aumentavam sua ação de acordo com a velocidade da marcha).

A MARCHA:
A terminologia marcha é descrita como referência às atividades de um membro. A maior unidade empregada à marcha é chamada de ciclo da marcha. No ato normal de caminhar, um ciclo de marcha começa quando o calcanhar do membro de referência contacta a superfície de sustentação, e este ciclo termina quando o calcanhar do mesmo membro contacta novamente o solo.
O ciclo da marcha divide-se em duas fases: a primeira de apoio e balanço e a segunda de dupla sustentação. Na marcha normal a fase de apoio constitui 60% do ciclo da marcha e é definida como o intervalo em que o pé do membro de referência está em apoio com o solo; a fase de balanço constitui 40% do ciclo da marcha, e é onde o membro de referência não contacta o solo. A dupla sustentação refere-se aos dois intervalos num ciclo da marcha em que o peso corporal está sendo transferido de um pé para o outro, e ambos os pés estão em contato com o solo, ao mesmo tempo.
IV - DETERMINANTES DA MARCHA:
Durante um ciclo completo, o centro de gravidade é deslocado duas vezes em seu eixo vertical. O pico se dá durante o meio da postura na fase estática quando a perna sustentadora de peso está vertical e seu ponto mais baixo quando as duas pernas estão sustentando peso com posição de apoiar o calcanhar e a outra em ponta de dedos.
IV.1 - Rotação e inclinação pélvica:
A rotação pélvica visa diminuir a ondulação vertical, na qual a pelve oscila sobre um eixo da coluna lombar. O grau de compensação da pelve durante o passo também diminui o ângulo entre a pelve e a coxa e a perna e o solo. Por outro lado, a inclinação pélvica é uma queda da pelve do lado do balanceio. A perna de apoio está aduzida e a perna em movimento levemente aduzida, e fletida no quadril e joelho para se erguer do solo.
IV.2 - Flexão do joelho na fase de apoio:
O joelho durante a fase de apoio está completamente estendido quando o calcanhar toca o solo, o que inicia a fase de apoio para a perna Quando o corpo se desloca sobre o seu centro de gravidade o joelho flete, o corpo passa sobre o pé e o joelho gradualmente reestende até a extensão total no fim da fase de apoio.
O movimento conjugado entre o joelho e o tornozelo relaciona-se com a ondulação da pelve. No apoio do calcanhar, o tornozelo promove 90º de dorsiflexão e gradualmente flete em sentido plantar para se aplanar no solo quando o corpo se aproxima do centro de gravidade.
V - A ATIVIDADE MUSCULAR NA MARCHA:
Os músculos acionadores, estabilizadores e desaceleradores possuem um papel de grande importância para a realização da marcha.
Os músculos eretores da espinha elevam a pelve e os glúteos estabilizam o quadril, durante o desvio lateral da pelve. Os flexores do quadril iniciam a fase de movimento ocasionando um pêndulo nos músculos da coxa e perna.
O quadríceps exerce uma grande atividade muscular durante a marcha, assim como os abdominais, isquios-tibiais, gastrocnêmios, solear, psoas, piramidal, quadrado lombar.
Podemos observar que todos os músculos, até de cadeias musculares mais distantes, são solidários para a realização da marcha, e mais, que o estado psicossocial do indivíduo altera a marcha.
A biomecânica é bem ampla, temos a cinemática que se preocupa com o movimento , o que chamamos de CINESIOLOGIA. Tem a dinâmica que é a biomecânica propriamente dita, que se preocupa com as forças atuantes sobre o corpo.
Ergonomia:
ERGO = que significa trabalho NOMOS = que significa regras
"Estudo entre o homem e o seu trabalho, equipamentos e meio ambiente"
Distâncias entre aparelhos; Padrões (medições que seguem o padrão) para a prática de exercícios e na vida diária do individuo;
Músculos formas de fortalecimento:
Gluteo máximo – o que causa o encurtamento dele:
uma deformidade em extensão por rotação lateral do quadril levando a retroversão da pelve.
Logo, para fortalecer o glúteo máximo devemos fazer aquilo que o encurtamento dele produz: extensão e rotação lateral, essa é a melhor forma de trabalhar esse músculo.
Psoas maior e ilíaco – é flexor de coxa, seu encurtamento vai puxar as vértebra 2ª até L5 para baixo diminuindo o espaço dos discos intervertebrais. Estimular muito o psoas maior e o ilíAco, pode comprimir os músculos intervertebrais, aumentando a lordose e trazendo a pelve para frente.
O psoas faz tanto um movimento na região lombar quanto na região do quadril, se ele agir só na lombar faz uma lordose e se agir no quadril, uma flexão. Mas se ele for tensionado a um ponto a produzir flexão com a lordose ele pode criar uma retificação na lombar sem que haja perda da lordose, as costas vão para traz, o bumbum retifica. Quando se tem uma lordose com uma cifose mais acentuada por ação do psoas então temos a ANTEROPULSÃO PÉLVICA.


PERÍODO DE EQUILÍBRIO - PROPULSÃO
FASE
CARACTERÍSTICAS
MÚSCULOS
C. Inicial
  • Apoio com o calcanhar;
  •  Pé na posição neutra;
  •  Tíbia atrás do eixo vertical;
  • Pé em supinação;
  • Pivoteamento e amortecimento no tornozelo;
  • Joelho quase estendido;
  • Tíbia faz rotação medial (adução);
  • CG está mais alto;
  • Quadril flexionado;
  •  Glúteo máximo;
  •  Glúteo médio;
  • Vasto medial;
  • Vasto lateral;
  •  Semitendinoso;
  •  Bíceps femoral;
  • Tibial anterior;
  •  Sóleo;
  •  Gastrocnêmios;
R. Carga
  • O pé desce suavemente graças a uma flexão plantar (ação excêntrica da musculatura extensora plantar ou dorsiflexora);
  • Pé totalmente apoiado no chão;
  • Pé na posição neutra;
  • Pé continua em supinação;
  • Tíbia se aproxima do eixo vertical;
  • Início do rolamento da tíbia;
  • Equilíbrio – propulsão;
  • Joelho está flexionado;
  • Tíbia continua em rotação medial;
  • Quadril continua flexionado;
  •  O CG é jogado para fora da BS porque o quadril está deslocado para o lado externo, mas o CG é trazido para dentro novamente pela musculatura adutora tensionada;
  • Glúteo médio;
  • Vasto medial;
  • Vasto lateral;
  • Semitendinoso;
  • Sóleo;
  • Gastrocnêmios;
  • Fibulares;
Médio Apoio
  • Pé continua totalmente apoiado no chão e neutro;
  • Do MA inicial ao MA final ocorre o rolamento da tíbia;
  •  O eixo da tíbia passa pelo eixo vertical;
  •  O pé faz uma pronação;
  • Joelho está no máximo de flexão;
  •  Tíbia continua em rotação medial;
  • Quadril em posição neutra;
  •  CG mais baixo, graças a flexão máxima do joelho;
  • Adutores
  • Gastrocnêmios;
  • Fibulares;
Apoio Term.
  • Apoio feito no antepé;
  • Calcanhar se eleva;
  •  Eixo da tíbia está na frente do eixo vertical;
  • Pé continua pronado;
  • Ocorre o amortecimento eo pivoteamento sobre o 1º metatarso;
  •  Joelho estendendo;
  • Tíbia continua em rotação medial;
  • Quadril está em extensão;
  •  Adutores
  •  Gastrocnêmios;
  • Fibulares;
Pré Bal.
  •  Apoio sobre o hálux;
  •  Está na eminência da perda de contato;
  • Pivoteamento sobre o 5º metatarso;
  • O eixo da tíbia já passou do eixo vertical;
  •  Início de uma nova supinação;
  • Joelho estendido;
  • Tíbia faz rotação lateral (abdução);
  • Quadril está indo de uma extensão para uma flexão;
  •  Adutores
  •  Sartório;
  • Tibial Anterior;
  • Sóleo
  • Fibulares;
PERÍODO DE OSCILAÇÃO
Bal.
Inicial
  • A perna se aproxima do eixo do pé;
  • Início da extensão plantar (dorsiflexão) até o pé ficar na posição neutra, que permanece até o final desse período;
  • Artelhos levantados;
  • Joelho flexionando;
  • Não existe eixo vertical pois o pé ñ está mais apoiado no chão.
  • Quadril está em flexão;
  • Psoas;
  • Ilíaco;
  •  Sartório;
  •  Tibial Anterior;
  • Reto femoral;
Médio Bal.
  • Pé continua neutro;
  • Joelho no máximo de flexão;
  • Quadril flexionado;
  • Adutores
  • Tibial Anterior;
  • Bíceps femoral
Bal. Term.l
  • Pé neutro;
  • Joelho estendendo;
  • Preparo para o contato inicial;
  • Quadril em flexão;
  • Adutores
  •  Glúteo máximo;
  •  Glúteo médio;
  • Tibial Anterior;
  • Vasto medial;
  •  Vasto lateral;
  • Semitendinoso;
  • Bíceps Femoral;
Psoas Maior
Inserção Superior:Processo transverso das vértebras lombares, corpos e discos intervertebrais das últimas torácicas e todas lombares
Inserção Inferior:Trocânter menor
Ação: Flexão da coxa, flexão da coluna lombar (30° - 90°) e inclinação homolateral
Ilíaco
Inserção Superior: 2/3 superiores da fossa ilíaca, crista ilíaca e asa do sacro
Inserção Inferior:Trocânter menor
Ação: Flexão de quadril, anteroversão da pelve e flexão da coluna lombar (30° - 90°)
Tibial Anterior

Inserção Proximal: Côndilo lateral da tíbia e ½ proximal da face lateral da tíbia e membrana interóssea
Inserção Distal: Cuneiforme medial e base do 1º metatarsal
Inervação: Nervo Fibular Profundo (L4 - S1)
Ação: Flexão dorsal e inversão do pé
Fibular Terceiro
Inserção Proximal: 1/3 distal da face anterior da fíbula
Inserção Distal: Base do 5º metatarsal
Inervação: Nervo Fibular Profundo (L5 - S1)
Ação: Eversão do pé
Fibular Longo

Inserção Proximal:Cabeça, 2/3 proximais da superfície lateral da fíbula e côndilo lateral da tíbia
Inserção Distal: 1º metatarsal e cuneiforme medial
Inervação: Nervo Fibular Superficial (L4 - S1)
Ação: Flexão plantar e eversão do pé
Fibular Curto
Inserção Proximal: 2/3 distais da face lateral da fíbula
Inserção Distal: Base do 5º metatarsal
Inervação: Nervo Fibular Superficial (L4 - S1)
Ação: Flexão plantar e eversão do pé
Gastrocnêmio Medial
Inserção Proximal:Côndilo medial do fêmur
Inserção Distal: Calcâneo
Inervação: Nervo Tibial (S1 - S2)
Ação: Flexão do joelho e flexão plantar do tornozelo
Gastrocnemio Lateral
Inserção Proximal:Côndilo lateral do fêmur
Inserção Distal:Calcâneo
Inervação: Nervo Tibial (S1 - S2)
Ação: Flexão do joelho e flexão plantar do tornozelo
Solear
Inserção Proximal: 1/3 intermédio da face medial da tíbia e cabeça da fíbula
Inserção Distal: Calcâneo (tendão dos gastrocnêmios)
Inervação: Nervo Tibial ( L5 - S1)
Ação: Flexão plantar do tornozelo
Tensor Da Fáscia Lata
Inserção Proximal: Crista ilíaca e EIAS
Inserção Distal: Trato íleo-tibial
Inervação: Nervo do Glúteo Superior (L4 - S1)
Ação: Flexão, abdução e rotação medial do quadril e rotação lateral do joelho
Sartório
Inserção Proximal:Espinha ilíaca ântero-superior
Inserção Distal:Superfície medial da tuberosidade da tíbia (pata de ganso)
Inervação: Nervo Femoral (L2 - L3)
Ação: Flexão, abdução e rotação lateral da coxa e flexão e rotação medial do joelho
Quadríceps
Inserção Proximal:
Reto Anterior: Espinha ilíaca ântero-inferior
Vasto Lateral: Trocânter maior, linha áspera, linha intertrocantérica e tuberosidade glútea
Vasto Medial: Linha áspera e linha intertrocantérica
Vasto Intermédio: 2/3 proximais da face anterior e lateral do fêmur e ½ distal da linha áspera
Inserção Distal: Patela e, através do ligamento patelar, na tuberosidade anterior da tíbia
Inervação: Nervo Femoral (L2 - L4)
Ação: Extensão do joelho e o reto femoral realiza flexão do quadril. O vasto medial realiza rotação medial e o vasto lateral, rotação lateral
Bíceps Femoral
Inserção Proximal:
Cabeça Longa:Tuberosidade isquiática e ligamento sacro-tuberoso
Cabeça Curta:Lábio lateral da linha áspera
Inserção Distal: Cabeça da fíbula e côndilo lateral da tíbia
Inervação: Nervo Isquiático (L5 - S2), exceto L5 para a cabeça longa
Ação: Extensão do quadril, flexão do joelho e rotação lateral da coxa
Semitendíneo
Inserção Proximal:Tuberosidade isquiática
Inserção Distal:Superfície medial da tuberosidade da tíbia (pata de ganso)
Inervação: Nervo Isquiático (L5 – S2)
Ação: Extensão do quadril, flexão e rotação medial do joelho
Semimembranáceo
Inserção Proximal:Tuberosidade isquiática
Inserção Distal: Côndilo medial da tíbia
Inervação: Nervo Isquiático (L5 – S2)
Ação: Extensão do quadril, flexão e rotação medial do joelho
ADUTORES
Grácil
Inserção Proximal: Sínfise púbica e ramo inferior do púbis
Inserção Distal: Superfície medial da tuberosidade da tíbia (pata de ganso)
Inervação: Nervo Obturatório (L2 – L3)
Ação: Adução da coxa, flexão e rotação medial do joelho
Pectíneo
Inserção Proximal:Eminência ílo-pectínea, tubérculo púbico e ramo superior do púbis
Inserção Distal: Linha pectínea do fêmur
Inervação: Nervo Femoral (L2 - L4)
Ação: Flexão do quadril e adução da coxa
Adutor Longo
Inserção Proximal:Superfície anterior do púbis e sínfise púbica
Inserção Distal: Linha áspera
Inervação: Nervo Obturatório (L2 - L4)
Ação: Adução da coxa
Adutor Curto
Inserção Proximal: Ramo inferior do púbis
Inserção Distal: Linha áspera
Inervação: Nervo Obturatório (L2 - L4)
Ação: Adução da coxa
Adutor Magno
Inserção Proximal:Tuberosidade isquiática, ramo do púbis e do ísquio
Inserção Distal: Linha áspera e tubérculo adutório
Inervação: Nervo Obturatório (L2 - L4) e Nervo Isquiático (L4 à S1)
Ação: Adução da coxa

MÚSCULOS DO QUADRIL
Glúteo Máximo
Inserção Medial: Linha glútea posterior do íleo, sacro, cóccix e ligamento sacrotuberoso
Inserção Lateral: Trato íleotibial da fáscia lata e tuberosidade glútea do fêmur
Inervação: Nervo Glúteo Inferior (L5 - S2)
Ação: Extensão e rotação lateral do quadril
Glúteo Médio
Inserção Superior: Face externa do íleo entre a crista ilíaca, linha glútea posterior e anterior
Inserção Inferior:Trocânter maior
Inervação: Nervo Glúteo Superior (L4 - S1)
Ação: Abdução e rotação medial da coxa
Glúteo Mínimo
Inserção Superior: Asa ilíaca (entre linha glútea anterior e inferior)
Inserção Inferior:Trocânter maior
Inervação: Nervo Glúteo Superior (L4 - S1)
Ação: Abdução e rotação medial da coxa. As fibras anteriores realizam flexão do quadril