Uma
meta importante que pode ser alcançada através do exercício
terapêutico é o desenvolvimento, melhora ou manutenção da força.
Força é a habilidade que tem um músculo ou grupo muscular para
desenvolver tensão e força, resultantes em um esforço máximo,
tanto dinamicamente quanto estaticamente em relação ás demandas
feitas a ele.
Definições:
-Barbanti
(1979) define força
muscular como a capacidade
de exercer tensão muscular contra uma resistência, envolvendo
fatores mecânicos e fisiológicos que determinam a força em algum
movimento particular.
-Para
Guedes (1997) força é a capacidade de exercer tensão muscular
contra uma resistência, superando, sustentando ou cedendo à mesma.
-Zatsiorsky
(1999),sugere que força é a medida instantânea da interação
entre dois corpos. Devido a essas várias definições de força
muscular, Weineck (1999) define força quanto às suas manifestações
em força máxima, força explosiva e força de resistência.
-Kisner
(1996), força é a habilidade que tem um músculo ou grupo muscular
para desenvolver tensão e força resultantes em um esforço máximo,
tanto dinamicamente quanto estaticamente, em relação ás demandas
feitas a ele.
Força
máxima: É a maior força
que o sistema neuromuscular pode mobilizar através de uma contração
máxima voluntária, ocorrendo dinâmica ou não(estática) no
movimento articular (Weineck, 1999; Platonov & Bulatova, 1998).
Força
explosiva: È definida como
a força produzida na unidade de tempo (Zatsiorsky,1999; Badillo &
Ayestäran,2001).
Força
de resistência: È a
capacidade do sistema neuromuscular sustentar níveis de força
moderado por intervalos de tempo prolongado (Weineck,1999; Platonov &
Bulatova,1998; Guedes,1997).
À
medida que um músculo se contrai e desenvolve tensão, ele exerce
uma força, a quantidade de força produzida depende de uma variedade
de fatores biomecânicos, fisiológicos e neuromusculares.
Fatores
que influenciam a força do músculo normal;
-
Área de secção transversa
do músculo, quanto mais
largo o diâmetro maior a força.
-
Relação entre
comprimento e tensão de um
músculo no momento da contração,
um músculo produz uma tensão maior quando esta levemente alongado
no momento da contração.
-
Recrutamento de unidades motoras, quanto maior o número de unidades
motoras ativadas, maior a força produzida.
-
Tipo de contração
muscular, um músculo
produz o maior rendimento de força quando se contrai
excentricamente(alongando-se) contra resistência, o músculo produz
um pouco menos força quando se contrai isométricamente(sustentando)
e a menor força quando se contrai concentricamente(encurtando-se)
contra uma carga.
-
Distribuição dos tipos de
fibra muscular, as
características das fibras de um determinado músculo contribuem
para inúmeras propriedades contráteis tais como força, resistência
á fadiga, potência e velocidade. As fibras do tipo II A e
B(rápidas) tem habilidade para gerar grande quantidade de tensão,
mas fadigam-se rapidamente. As fibras do tipo I (lentas) desenvolvem
menos tensão e o fazem mais lentamente que as fibras do tipo II, mas
são mais resistentes á fadiga.
-
Reservas energéticas e
suprimento sanguíneo, um
músculo requer fontes de energia adequadas (combustível) para
contrair-se, gerar tensão, e resistir á fadiga. O tipo de fibra
predominante encontrado no músculo e a adequação do suprimento
sanguíneo que transporta oxigênio e nutrientes para o músculo,
afetam a capacidade de um músculo de produzir tensão e sua
habilidade para resistir a fadiga.
-Velocidade
de contração, os maiores
torques são produzidos em velocidades baixas, provavelmente devido a
maior oportunidade de recrutamento.
-
Motivação do paciente,
um paciente precisa estar motivado para fazer um esforço máximo.
Fisiologia
-Hipertrofia;
É o aumento do tamanho da fibra muscular ou crescimento de uma
célula, órgão ou tecido. Neste caso não há aumento no número de
células, há o aumento na secção transversa do músculo, ou seja,
aumento no tamanho e no número de filamentos de actina e miosina e
adição de sarcômeros dentro das fibras musculares já existentes.
-Hiperplasia;
É o crescimento por aumento do número de células no músculo. Esse
aumento do número de fibras musculares é chamado de hiperplasia
fibrilar, quando ocorre, seu mecanismo é a divisão linear das
fibras previamente aumentadas.
Tipos
de Fibras
Tipo
I = contração lenta,
resistente á fadiga, com predomínio em musculatura tônica.
Tipo
II A = intermediárias(mistas),
resistentes á fadiga e contração moderada.
Tipo
II B = contrações
rápidas, baixa resistência á fadiga, com predomínio em
musculatura fásica.
Tipos
de contração muscular
Isométrica;
Ocorre quando o músculo se contrai, produzindo força sem mudar o
seu comprimento. O músculo se contrai, mas nenhum movimento ocorre.
O ângulo da articulação não muda. É indicada para pessoas sem
condicionamento, P.O. diversos, imobilizações entre outros.
Isotônica;
È caracterizada pela alteração do comprimento muscular, onde a
força excede a resistência provocando um movimento. Dividida em;
-Concêntrica;
ocorre quando há movimento articular, o músculo encurta e as
fixações musculares se movem aproximando origem da inserção.
-Excêntrica;
Ocorre quando há movimento articular, mas o músculo parece se
alongar, quer dizer a distanciando origem da inserção.
Isocinética;
É a força gerada pelo músculo ao se encurtar com velocidade
constante, teoricamente é máxima durante toda a amplitude do
movimento (Fox, 2000). O trabalho com esse tipo de contração
normalmente exige um equipamento especial criado para permitir uma
velocidade constante de contração, não importando a carga.
Cadeias
Cinéticas podem ser Abertas ou Fechadas.
-Cadeia
Cinética Aberta; Um
movimento em CCA é definido como aquele que ocorre quando o segmento
distal de uma extremidade move-se livremente no espaço, resultando
no movimento isolado de uma articulação, sendo indicado quando a
sustentação do peso está contraindicada. Exemplos de atividades em
CCA; a perna se movimentando na fase de balanço da marcha, o ato de
chutar uma bola, o aceno de mão ou o ato de levar um copo a boca.
-Cadeia
Cinética Fechada; Um
movimento em CCF é definido como aquele nas quais as articulações
terminais encontram resistência externa considerável a qual impede
ou restringe sua movimentação livre, normalmente utiliza mais que
uma articulação. Exemplos de atividades de CCF dos MMSS são; o
exercício de flexão de braço, a utilização dos braços para se
levantar de uma cadeira, o apoio dos membros superiores durante a
marcha com muletas. Exemplos de atividades de CCF dos MMII; descer
escadas, leg press
e agachamento. Este tipo de exercício ativa os mecanorreceptores que
estão dentro e ao redor das articulações, estimula a co-contração
muscular, e melhora a estabilidade, o equilíbrio e a coordenação.
Especificidade
dos Exercícios. Sempre que
possível os exercícios incorporados em um programa de treinamento
devem imitar a função desejada, e a especificidade de treinamento
deve também ser considerada por exemplo; tipo, velocidade, posição,
e as alterações morfológicas dentro dos músculos assim como ao
aprendizado motor e adaptação neural ao estímulo do treinamento.
Exercícios
Pliométricos; Consistem na
rápida desaceleração dos músculos que criam um ciclo de
alongamento e contração, que combina força e velocidade para
produzir potência. Os exercícios treinam os músculos, tecidos
conectivos e sistema nervoso para passar efetivamente pelos ciclos
de alongamento e contração, e assim melhorando o desempenho do
atleta. Exercícios pliométricos iniciam com um rápido alongamento
de um músculo (fase excêntrica), seguido de uma rápida contração
do mesmo músculo (fase concêntrica), podem ser parte fundamental do
treinamento em todos os eventos esportivos. Esportes mais
competitivos requerem uma desaceleração do corpo seguida de
aceleração quase imediata na direção oposta.
Exercícios
resistidos
Consiste
na realização de contrações de grupos musculares específicos
contra alguma forma de resistência externa (manual, mecânica=pesos
livres, máquinas e faixas elásticas ou o peso do próprio corpo). A
principal vantagem desse método são as melhorias expressivas da
aptidão física e qualidade de vida de diferentes populações, com
o adequado controle das variáveis do movimento (posição e postura,
velocidade de execução, amplitude do movimento, volume e
intensidade)
Tipos
de Resistência
-Exercício
Resistido Manual; è um
exercício ativo resistido pelo fisioterapeuta (mão), nesta técnica
não há como medir a quantidade de resistência. É indicada em
casos em que o músculo a ser fortalecido encontra-se enfraquecido,
mas é capaz de vencer uma resistência leve, indicado também em
casos onde a ADM da articulação a ser trabalhada necessita ser
controlada.
-Exercício
Resistido Mecânico; È um
exercício ativo resistido por equipamento ou aparelhos mecânicos
(faixas elásticas, pesos, etc.). Nesta técnica há como medir a
quantidade de resistência e assim ir aumentando progressivamente.
Indicada nos casos em que a resistência necessária for maior que a
resistência manual.
Objetivos
e indicações;
-Aumentar
a força.
-Aumentar
a resistência muscular á fadiga.
-Aumentar
a potência muscular.
-Benefícios
cardiovasculares.
-Reabilitação
de traumatismo e lesões musculares ou articulares.
-Melhora
do condicionamento físico.
Contra-indicação;
-Processos
inflamatórios.
-Algias.
-Processos
infecciosos.
Precauções;
-Osteoporose.
-Fadiga
muscular.
-Dor
associada ao exercício.
-Exercícios
em impacto.
-Manobra
de Valsalva.
Quantificação
da força
Neste
tipo de exercício físico, é comum a aplicação de testes que
visam mensurar a força ou a resistência muscular, nesse sentido os
testes mais aplicados para avaliar a força no treinamento resistido
são os Testes de DeLorme e Watkins; para de 1RM=repetição
máxima (carga mais elevada
que a pessoa pode deslocar em uma tentativa), o qual apresenta maior
risco de lesões, indicado para pessoas fisicamente treinadas, e o
Teste de predição de 1RM,
menos lesivo e utilizado em iniciantes ou indivíduos com algum tipo
de limitação para deslocamento de cargas elevadas ou 10RM
(determinava-se a carga
máxima que a pessoa conseguisse mover em 10 repetições).
Programas
de treinamento.
Variáveis;
- Aquecimento; alongamento, exercícios articulares, exercícios aeróbicos.
- Sobrecarga; baixa, média, alta.
- Tipo de contração muscular.
- Número de séries e de repetições.
- Quantas vezes por semana.
- Velocidade de execução dos exercícios.
- Posição do paciente ou do membro durante os exercícios.
- Amplitude de movimento, ADM.
- Duração do programa de exercícios.
Respeitar
os limites de cada pessoa, adaptando os exercícios sempre que
necessário.
Bibliografia.
Exercícios
Terapêuticos, Kisner, C. 1996.
isso foi de grande importância nessa fase acadêmica que estou, muito obrigada.
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