A corrida, como um dos
esportes mais completos, mexe com quase todos os músculos do corpo
humano, mas os mais exigidos estão localizados nos membros
inferiores (pernas e pés), no tórax e nos membros superiores
(braços). Cada músculo desses apresenta uma função e é mais ou
menos importante para a corrida. Mas todos têm suma importância
específica.
Para melhor estudo dos
músculos, o melhor é dividi-los em grupos. Primeiro, os músculos
dos membros inferiores, pernas – os mais importantes – por darem
a impulsão e sustentação no momento da corrida, depois os do
tórax, responsáveis pelo equilíbrio do corpo e depois os dos
membros superiores, que também dão equilíbrio e servem à
impulsão.
Se levarmos em conta o
movimento da corrida, os membros inferiores podem ser divididos em
dois mecanismos de ação: o membro de apoio, que está no chão e
faz o movimento de impulsão para a frente, e o membro de oscilação,
que está no ar. Assim, o que é membro de apoio, em movimento, se
transforma em de oscilação no seguinte e assim sucessivamente.
No membro de apoio, os
músculos mais exigidos são os quadríceps, que se contrai para
impedir o choque e faz o movimento de extensão, destinado à
impulsão, e o grande glúteo, que serve para a extensão da coxa
(leva a coxa par trás).
O quadríceps se divide
em quatro músculos: reto femoral, vasto medial, vasto lateral e vaso
intermediário, cujas ações são a extensão da perna. O quadríceps
fica na porção anterior (na frente) da coxa. O reto femural, além
da função de todo o quadríceps, auxilia na flexão da coxa.
Além de levar a coxa
para trás, o grande glúteo serve para manter o tronco ereto e age
sobre os atos de caminhar e subir escadas. Reforça ainda as
articulações do quadril e joelho.
Depois de estabelecido
o impulso, os músculos que vão entrar em ação são os flexores da
coxa. O principal é o epsoasilíaco que, começa na região dorsal,
disposto lateralmente junto à coluna e vai até a coxa. Atuam ainda
o reto anterior, tensor da fascia lata e pectínio. Estes músculos
se contraem para trazer o membro à frente.
Os músculos que fazem
a flexão da perna (levar a perna para trás) são o bíceps femoral,
o semimembranoso e o semitendinoso.
O bíceps femoral é
dividido em duas partes, a porção longa e a porção curta. Aém da
flexão da perna, estes três músculos ainda auxiliam no movimento
inverso da coxa (extensão). O semimembranoso e o semitendinoso, além
da flexão da perna, servem também para o movimento de extensão dos
quadris (estes três músculos juntos formam o jarrete).
No tronco, os músculos
mais exigidos são os abdominais e os dorsais, que servem para manter
o equilíbrio.
Os músculos do abdômen
podem ser divididos em dois grupos, para efeito de melhor
entendimento, os ventrais e os dorsais.
Dos músculos ventrais,
no plano superficial, os mais importantes são os músculos obliquo
externo e oblíquo externo e oblíquo interno e em um plano mais
profundo o músculo reto do abdômen, que se aproxima o tórax da
bacia, portanto flexionando o tronco ou, inversamente, levantando a
bacia. Comprimem o abdômen, funcionando como cinta abdominal.
Estes músculos são
antagonistas (têm ação contrária) aos músculos dorsais. Da
musculatura própria do dorso, fazem parte os músculos íleo costa,
dorsal longo, que atuam na extensão da coluna e na flexão lateral.
Nos membros superiores,
os músculos mais utilizados nas corridas são o deltóide (anterior
e posterior), o bíceps, o braqueal anterior e o flexores dos dedos.
O deltóide, em sua
porção anterior, faz o movimento do pêndulo para a frente e a
porção posterior, o mesmo movimento para trás.
Na flexão do
antebraço, os músculos de maior ação são o braqueal anterior e o
bíceps. As duas partes do bíceps (porção longa e a porção
curta), têm a mesma função, isto é, flexionar o antebraço.
Veja abaixo se você já
teve algum problema desse tipo:
Quadríceps –
Desinserção do quadríceps a nível da rótula e da tuberosidade da
tíbia. Desinserção é quando o músculo se solta do lugar onde ele
se insere no osso (todo músculo se insere no osso).
Adutores – Torção e
fratura por arrancamento, torção é quando há a desarticulação
das juntas com volta ao local correto, podendo causar contusões nos
ligamentos. Fraturas por arrancamento é quando o músculo arranca o
ossono local da inserção, por causa de uma torção muito forte.
Atrofia Muscular –
Pode ser causada por sinovite crônica, que é a inframação da
sinóvia (membrana que recobre a articulação).
Artrose – Degeneração
da cartilagem de uma articulação, que pode ser causada por sinovite
ou por uso exagerado e por longos períodos da articulação (por
exemplo, um datilógrafo pode ter atrose nas articulações
falangianas).
Tendão de Aquiles –
A principal lesão do tendão de Aquiles no exercício da corrida é
a tenosinovite, que pode ser causada por pé plano (pé chato).
Lombalgia – Nas dores
lombares, deve ser levada em conta a postura do atleta. Pés planos,
calcâneos valgos (desvio do osso do calcanhar para fora), pés cavos
(opostos aos pés planos) e ainda genu varum e genu valgum
(arqueamento da perna, para dentro e para fora). Preparo inadequado,
falta de aquecimento e atrofias musculares são ainda causas de
lombalgia.
Quem toma diurético
fica sujeito a sofrer câimbras
Um das lesões –
apesar da crise ser de poupa duração – que mais assusta os
corredores, principalmente quando se repetem frequentemente é a
câimbra. Mais elas podem ser evitadas e, o principal, no caso, é
combater as causas e não simplesmente se preocupar que elas
aconteçam.
Um fato gravíssimo que
deve ser sempre lembrado e é grande causador de câimbras,
principalmente em pessoas que correm para perder peso ou estão
começando a praticar o esporte, é o uso de DIURÉTICOS. Primeiro
porque diurético não tira o peso real e depois por enfraquecer o
organismo.
Mas há outras causas
importantes que podem levar às câimbras, como doenças
neurológicas, endócrinas, infecciosas, inflamatórias, musculares e
vasculares.
Normalmente, a câimbra
ataca mais atletas pouco treinados ou durante esforços muitos
intensos e demorados. Então, momentaneamente, aparecem dores
intensas e endurecimento dos músculos, o que é, na verdade, uma
impotência funcional.
A principal causa é a
circulação sanguínea insuficiente para o esforço que o músculo
está sendo exigido, o que leva a um acúmulo de substâncias
tóxicas.
Depois que a câimbras
acontece, há vários tratamentos a serem feitos para eliminar a dor,
antes de se procurar as causas específicas. O primeiro é
fisioterápico, com calor. Há também a massagem e os remédios
miorrelaxantes, além da Vitamina B, cálcio, magnésio e potássio.
Distensões e
contraturas, o receio de quem corre
As ruturas musculares –
distensões e contraturas – são os maiores fantasmas dos
corredores de rua, iniciantes ou não. E a maneira de preveni-las, ou
remediá-las, exige um estudo um pouco mais detalhado do músculos. O
principal é saber o que cada uma dessas expressões que, só de se
ouvir falar, já arrepiam, significam na realidade.
Distensões são
ruturas das miofibrilas, que são as unidades funcionais dos
músculos, isto é, a menor parte de um músculo que funciona
sozinha. Uma causa é o alonngamento das miofibrilas além de seu
limite fisiológico.
Outra causa é a falta
de sinergismo (ação contrária) entre os agonistas e antagonistas.
Normalmente, enquanto o agonista se contrai o antagonista relaxa,
simultânea e harmoniosamente.
No caso dos
antagonistas não estarem preparados para esta ação, os agonistas
relaxam vagarosa e incompletamente, causando distensão. Outro fator
é o traumatismo direto (contusão).
A contratura
(hipertomia) é o aumento do tônus muscular, isto é, uma irritação
nervosas. A contratura é um sina de alerta de que o músculo está
fatigado.
Os fatores
predisponentes da distensão e da contratura são a insuficiência
alimentar, falta de treinamento, supertreinamento, atrofia muscular,
falta de força e potência muscular e falta de aquecimento.
Falta de aquecimento é,
aliás, a principal causa, especialmente entre corredores sem muita
experiência. É necessário um aquecimento com ginástica ativa e
alongamento, que atinge o músculo e a articulação total e
intensamente. A massagem, que muitos pensam ser um bom aquecimento,
na verdade é superficial e insuficiente
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