Por
Andreia
Dor
Orofacial é um termo que envolve diversas condições dolorosas que
acometem a face, sendo que as dores de origem dentária são
responsáveis pela maioria dessas manifestações.
As
chamadas Disfunções Têmporo-Mandibulares (DTMs) podem ser
consideradas uma subdivisão das Dores Orofaciais e representam
possivelmente o segundo lugar na responsabilidade pelas queixas dos
pacientes. O termo DTM se relaciona a dores e/ou disfunções que
envolvem a musculatura mastigatória, a articulação
têmporo-mandibular (ATM) ou ambas.
Portadores
das Disfunções Têmporo-Mandibulares (DTMs) podem sentir dores na
face, dores de cabeça crônicas, dores no pescoço ou na própria
ATM, cansaço facial ao acordar, desordens no aparelho mastigatório,
tais como dificuldade para abrir, fechar ou movimentar a boca,
travamento bucal durante a alimentação, dores de ouvido, ruídos ou
zumbidos no ouvido, entre outras manifestações. Diante dessa
variedade de sinais e sintomas que podem estar presentes, muitas
vezes o indivíduo portador de DTM procura profissionais de diversas
áreas da Saúde em busca de um diagnóstico.
Alguns
fatores podem estar associados às DTMs, entre os quais têm papel de
destaque o apertamento dentário ou o ranger dos dentes, conhecido
como bruxismo. Hábitos nocivos, não fisiológicos, como morder
objetos e roer unhas também podem ser fatores de risco para o
desenvolvimento do quadro. Anormalidades no encaixe dos dentes (má
oclusão), má postura corporal, fatores emocionais, alterações
psicológicas ou psiquiátricas podem também estar relacionados às
DTMs, que são, portanto, de interesse multidisciplinar e inclusive
multiprofissional (Odontologia, Medicina, Fisioterapia, Psicologia).
O
conhecimento dos fatores mencionados permite ações preventivas de
correção, no intuito de evitar o risco de desenvolvimento do
problema. Como exemplo na área Odontológica, podemos citar a
importância da realização de tratamentos odontológicos
reabilitadores, que visem corrigir problemas dentários. Restaurações
com anatomia inadequada, desgastadas ou fraturadas, muitas vezes
precisam ser substituídas para devolução da harmonia na mordida. A
perda de um único dente, seja por qual motivo for - infecção,
trauma, fratura - pode ser suficiente para alterar o equilíbrio do
sistema mastigatório e desencadear problemas.
A
reposição do dente perdido por meio de implantes dentários ou
próteses é o caminho certo sob o ponto de vista preventivo, antes
que a falta do dente gere inclinações dos dentes vizinhos e/ou
deslocamento dos dentes antagonistas e consequente desordem do
sistema mastigatório. Tratamentos ortodônticos que corrijam a
oclusão, cirurgias faciais para correção de deformidades
dento-faciais são outros exemplos de tratamentos que podem ser
realizados.
O
tratamento da Dor Orofacial e da DTM varia de acordo com o tipo de
problema e sua complexidade. Um profissional experiente e habilitado
a realizar um correto diagnóstico será capaz de conduzir o
tratamento adequado, que pode envolver o uso de aparelhos bucais
miorrelaxantes, métodos de terapia física (calor, ultrassom, tens,
laserterapia), acupuntura, uso de medicamentos, reeducação
postural, cirurgias. Enfim, uma análise criteriosa do quadro
apresentado, por meio de exame clínico, histórico detalhado obtido
pelo relato do paciente, exames complementares que possam colaborar
para o diagnóstico, permitirão ao profissional definir a estratégia
de tratamento.
Diante da
complexidade do tema, acreditamos que mudanças de hábitos
orientadas por profissionais capacitados são exemplos de medidas
preventivas eficazes que podem ser adotadas pela população, visando
uma melhor qualidade de vida, livre de dor!
* Dr.
Geraldo Prestes de Camargo Filho é graduado pela Faculdade de
Odontologia da USP, residência em Cirurgia e Traumatologia
Buco-Maxilo-Faciais pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo,
especialista em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais,
especialista em Dor Orofacial e Disfunção de ATM, Mestre e Doutor
em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais pela Faculdade de
Odontologia da USP
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