Faculdade Mario Schenberg

terça-feira, 2 de julho de 2013

Cuidados posturais e de estímulo à mobilidade no AVE (AVC) agudo. - O essencial

Olá pessoal,
Após um longo período de ausência estou de volta. Passei os últimos dois meses muito ocupado combatendo as forças do mal intergalático e agora que já devolvi a paz ao Universo posso voltar a me dedicar a este blog.
Hoje vou postar tradução livre que fiz de um protocolo desenvolvido pelo Ministério da Saúde do Kwait para o tratamento hospitalar de pacientes hemiplégicos em fase aguda (para acessar o documento original clique AQUI). Trata-se de condutas extremamente simples, mas que fazem uma grande diferença para o paciente em fase aguda. 

Metas de Intervenção Fisioterapêutica na Fase Aguda
Os objetivos a serem alcançados na fase hospitalar estão relacionados ao estimulo a mobilidade independente o mais cedo possível.
Os objetivos gerais de mobilidade
1 – Estimular o paciente a realizar o exercício de ponte na cama
2 – Ensinar o paciente a rolar na cama e realizar transferência de supino para sentado na borda da cama
3 –Estimular o controle de tronco na posição sentada.
4 – Estimular o paciente a realizar atividades de alcance em todas as direções.
5 – Facilitar a transferência da cama para a cadeira e de volta
6 – Estimular a deambulação com ou sem assistência, dispositivo e / ou ajuda externa

Prevenção de trauma e dor no ombro acometido
• Posicione adequadamente o membro superior do paciente.
• Evite segurar e tracionar o paciente pelo braço do lado afetado.
• Sempre apoiar o braço quando o paciente estiver sentado, quer na frente ou de lado em uma mesa alta.
• Estimule a movimentação ativa do membro superior para ganhar o controle motor.
• Incentive o paciente a realizar atividades bimanuais.

ATIVIDADES TERAPÊUTICAS:
 
#1 - Sentado no leito, com a cabeceira elevada e braços posicionados sobre mesa ou travesseiro.
Paciente é orientado a utilizar seu membro superior não afetado em atividades de acordo com seu interesse.


#2 - Sentado assistido na beira da cama, com braços apoiados na mesa e pés no solo ou degrau. Peça ao paciente para realizar qualquer atividade com o membro superior e inferior do lado não afetado. Lembre-se que enquanto ele relaiza atividades com o lado não afetado, ele realiza descarga de peso sobre o lado afetado, assim estimulando atividade no lado afetado.

#3 - Com o paciente sentado na beira da cama.Pratique atividades de alcance e descarga de peso sobre o lado afetado.







#4 - Atividades de mobilidade na cama. Realize atividades de ponte na cama. A estabilização dos membros inferiores pode ser feito pelo tornozelo ou pelos joelho.

#5 - Rolando na cama por sobre o lado não afetado. O braço do lado afetado pode ser posicionado sobre o peito e a perna do lado afetado posicionada com flexão de joelho. O paciente é orientado a trazer a cabeça e o membro afettado em diração ao lado oposto enquanto se empurra com o pé do lado não afetado.
OBS: Recomendo a complementação deste manuseio pela leitura do livro recomeçando outra vez da Autora Patrícia Davies
 
 
#6 - Transferência de Decúbito Dorsal para sentado na beira da cama
Inicie após o paciente conseguir ficar sentado no leito, com a cabeceira elevada a 80-90 graus. Solicite ao paciente a se virar para o lado não afetado e se sentar com as pernas para fora do leito.
# 7 - Progressão de sentado para de pé
A progressão é realizada a partir de superfícies mais altas (mais fácil para o paciente passar de sentado para de pé) para superfícies mais baixas (mais difícil para o paciente).
Na figura abaixo a fisioterapeuta utiliza uma cinta no paciente de modo a deixá-lo com os membros superiores livres.

#8 - Caminhando ao redor do leito ou de uma maca
Com a terapeuta acompanhando o paciente por trás ou pelo lado afetado, deve-se praticar caminhadas em volta da cama do paciente de modo que ele possa usara mão do lado não afetado para apoiar-se na cama. Ele pode praticar andar para a frente, para os lados e para trás. O menor contato manual deverá ser utilizado até que o paciente aprenda a andar sozinho.
O uso de barras paralelas para o treino de marcha não é recomendado, pois as barras oferecem muito apoio passivo e o paciente pode acabar se tracionando ou apoiando demais sobre a mão do lado não afetado, o que atrapalharia a reaquisição de reações de equilíbrio e marcha independente.


#9 - Atividades de alcance em ortostatismo
O paciente é posicionado em frente a uma mesa e é desafiado a realizar atividade de alcance em várias direções. Enquanto pratica o alcance com o braço não afetado, a mão afetada é posicionada sobre a mesa realizando descarga de peso

Com o braço não afetado apoiado sobre uma mesa ou na parede, o paciente éorientado a pisar em um banquinho (8cm). A progressão pode ser feita solicitando ao paciente que pise no banquinho sem apoio. Uma progressão mais avançada pode ser feita aumentando-se a altura do banquinho

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