Máquina vira moda na Espanha e ganha notoriedade depois de post de atacante francês do Real Madrid. São tempos modernos. A tecnologia tem mais importância no desenvolvimento do esporte e na transformação de atletas em praticamente super-heróis. Sair na frente e descobrir uma novidade antes dos outros pode até ser vantagem na hora de subir no pódio.
Na Espanha, a moda do momento no mundo fitness é o colete eletroestimulante, que ganhou grande visibilidade após o atacante Benzema, do Real Madrid, postar uma foto o utilizando. Neste competitivo mundo, é de praxe tentar até manter segredo quanto à utilização de novas tecnologias ou formas de recuperação. Cristiano Ronaldo e Rafael Nadal, do tênis, utilizam uma esteira criada pela Nasa, por exemplo, mas nunca apareceram em fotos com o "brinquedo". O colete, no entanto, passou por um "boom" nos últimos dois anos e começou a aparecer conforme virou o queridinho de atletas como Usain Bolt e do departamento médico do Bayern de Munique que o utiliza com todos os seus atletas.
O equipamento tem influenciado nos tempos do homem mais rápido do Mundo, ajuda os alemães que fizeram a base da seleção campeã da Copa do Mundo e ganharam do Brasil de 7 a 1, e colabora com a boa fase de Benzema no setor ofensivo do Real. A máquina completa, que envolve parte de membros superiores e inferiores, e um controle de intensidade de carga elétrica para cada músculo, custa em torno de R$ 50 mil - e não é o tipo de instrumento que pode ser comprado e utilizado sozinho, sem o acompanhamento de um especialista.
Embora o objetivo inicial fosse ser um instrumento caseiro, para fins terapêuticos e tratamento de celulite, e depois tenha se descoberto o potencial com atletas de ponta. Tudo se baseia no processo elétrico do corpo, e o colete tem a função de acelerá-lo. Quando você faz exercícios na academia, a comunicação entre músculos e cérebro já é um processo de geração de energia. Entretanto, em uma atividade de uma hora e meia a duas horas, mesmo de um atleta de ponta, consegue-se utilizar no máximo 50% da capacidade das fibras musculares. A utilização do colete faz com que a eletricidade penetre no restante e faça com que uma capacidade de até 90% seja alcançada.
Como isso funciona? Por choques elétricos. Não são choques fortes, mas a sensação pode chegar a ser um pouco desconfortável em uma primeira experiência, como encostar em um fio mal encapado. A regulação da intensidade disso varia de acordo com o nível do atleta, seja iniciante ou de elite. A roupa é molhada e o colete, extremamente apertado para otimizar a condução da corrente elétrica. A cada quatro segundos, a pessoa recebe uma descarga em seus músculos.
- O que surpreendeu Benzema e Usain Bolt é que, mesmo sendo atletas de alto nível, puderam ainda assim melhorar o rendimento com o colete. Isso é o que chama atenção. E não ajudamos só eles, já atendemos desde atletas de MMA até os de golfe. Cada modalidade recebe um trabalho específico - explica Francis Borrell. - Um jogador de futebol, que trabalha muito as pernas diariamente recebe atenção maior nos membros inferiores. Um lutador de MMA faz exercícios para desenvolver elasticidade, reflexo, e força máxima. Assim atendemos a todos em altos níveis de exigência - compara David Estruc.
Democrático, intenso e prático. Os treinos com o colete são tão fortes que, mesmo para atletas profissionais, são realizados apenas duas vezes por semana, e por um período de 20 minutos. Embora não pareça um exercício tão forte, o estímulo enviado ao cérebro é de uma prática muito mais potencializada, que traz resultados maiores. A rapidez é outro atrativo para clientes, desde não atletas, que possuem pouco tempo de intervalo, a jogadores como Benzema, que possuem agenda apertada. Por isso, o recente "boom" na utilização. - É importante lembrar que não se trata de uma máquina mágica. Ela pode deixar sua vida e seu corpo melhores, mas é um complemento. Você deve misturá-la com uma padrão de vida saudável, alimentação regular, e intercalar com a prática de outros esportes, seja qual for o seu favorito, a corrida ou o futebol - ressalta Estruc.
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