50. É correto
afirmar:
(A) A capacidade
vital é a soma do volume corrente com o volume residual.
(B) A capacidade
residual funcional e o volume residual podem ser medidos com um
espirômetro simples.
(C) A capacidade
residual funcional é o volume exalado do pulmão quando se realiza
uma inspiração profunda seguida de expiração máxima.
(D) O gás que
permanece no pulmão após uma expiração máxima é o volume
residual.
(E) A capacidade
pulmonar total é a soma de todos os volumes e capacidade, exceto a
capacidade residual funcional.
A “D” é
correta.
Os volumes
pulmonares podem ser classificados como volumes estáticos
(absolutos) e volumes dinâmicos.
Os volumes
pulmonares estáticos são os resultantes da complementação de
manobras respiratórias, consistindo em compartimentos pulmonares.
Os volumes
pulmonares dinâmicos são os decorrentes de manobras respiratórias
forçadas, expressam variáveis e parâmetros de fluxo aéreo e são
medidos através da espirometria.
A determinação
completa dos volumes pulmonares absolutos (“volumes pulmonares”)
constituem-se numa das etapas da avaliação funcional pulmonar,
seguindo-se usualmente à espirometria.
VOLUMES PULMONARES
ESTÁTICOS
Os volumes
pulmonares estáticos são constituídos por quatro volumes
(compartimentos indivisíveis) e quatro capacidades (compartimentos
compreendendo dois ou mais volumes), a saber: volume de ar corrente
(VAC), volume expiratório de reserva (VER), volume inspiratório de
reserva (VIR), volume residual (VR), capacidade vital (CV),
capacidade residual funcional (CRF), capacidade inspiratória (CI) e
capacidade pulmonar total (CPT). Quando não especificado, a
expressão volumes pulmonares refere-se genericamente tanto a volumes
como a capacidades.
Os volumes
pulmonares que podem ser medidos por espirometria – VAC, VIR, VER,
CI, CV – são volumes de determinação direta. O VR não pode ser
medido pela espirometria, necessitando de técnicas de diluição de
gases, de pletismografia ou de avaliação radiográfica, para sua
determinação.
Assim, as
capacidades que incorporam o VR – CRF e a CPT – também não
podem ser medidas direta e isoladamente pela espirometria. Dependendo
da técnica empregada e do parâmetro considerado, associa-se a
manobra espirométrica para obtenção dos resultados finais. Os
volumes pulmonares mais utilizados para o processo diagnóstico
funcional são o VR e a CPT. A CRF tem sido mais de interesse
fisiológico, mas sua incorporação ao processo diagnóstico de
rotina pode oferecer importantes subsídios.
Definição dos
volumes e sua participação relativa na CPT, em adultos normais em
repouso.
Volume de ar
corrente (VAC). Volume de ar inspirado e expirado espontaneamente em
cada ciclo respirató- rio. Embora seja uma subdivisão da CPT, é um
volume dinâmico, variando com o nível da atividade física.
Corresponde a cerca de 10% da CPT.
Volume inspiratório
de reserva (VIR). Volume máximo que pode ser inspirado
voluntariamente ao final de uma inspiração espontânea, isto é,
uma inspiração além do nível inspiratório corrente. Corresponde
a cerca de 45 a 50% da CPT.
Volume expiratório
de reserva (VER). Volume má- ximo que pode ser expirado
voluntariamente a partir do final de uma expiração espontânea,
isto é, uma expira- ção além do nível de repouso expiratório.
Corresponde a cerca de 15-20% da CPT.
Volume residual
(VR). Volume que permanece no pulmão após uma expiração máxima.
Corresponde a cerca de (20) 25 a 30 % da CPT. Não pode ser medido
diretamente pela espirometria, sendo obtido a partir da determinação
da CRF, subtraindo-se o VER da CRF ou subtraindo-se a CV da CPT (com
medida primária da CRF), conforme o método utilizado para a
mensuração dos volumes pulmonares.
Capacidade vital
(CV). Volume medido na boca entre as posições de inspiração plena
e expiração completa. Representa o maior volume de ar mobilizado.
Compreende três volumes primários: VAC, VIR, VER. Corresponde a
cerca de 70-75% (80) da CPT. Conforme a mensuração for inspiratória
ou expiratória, lenta ou forçada, podemos ter: (1) Capacidade vital
inspirada (CVI): medida realizada de forma lenta partindo de
expiração completa até inspiração plena. (2) Capacidade vital
inspiratória forçada (CVIF): medida realizada de forma forçada
partindo de expiração completa até inspiração plena,
aplicando-se para a determinação de fluxos inspiratórios. (3)
Capacidade vital lenta (CVL): medida realizada de forma lenta,
partindo de posição de inspiração plena para a expiração
completa. (4) Capacidade vital forçada/CVF: determinada por meio de
uma manobra de expiração com esforço máximo, a partir de uma
inspiração plena até um a expiração completa; é a matriz da
espirometria expiratória forçada. (5) Capacidade vital combinada
(CVC): determinada em duas etapas, de forma relaxada com a soma das
determinações do VAC e do VIR em um tempo e do VER em outro tempo.
É mais um conceito teórico, não sendo utilizada na prática. Pode
ser uma alternativa a ser empregada em pacientes com limitação
ventilatória por dispnéia. Em condições de normalidade os valores
das cinco formas de CV são iguais. Em processos obstrutivos pode
haver diferença: CVI > CVL > CVF.
Capacidade
inspiratória (CI). É o volume máximo inspirado voluntariamente a
partir do final de uma expiração espontânea (do nível expiratório
de repouso). Compreende o VAC e o VIR. Corresponde a cerca de 50-55%
da CPT e a cerca de 60 a 70% da CV.
Capacidade residual
funcional (CRF). Volume contido nos pulmões ao final de uma
expiração espontânea. Compreende o VR e o VER. Corresponde a cerca
de 40- 50% da CPT. As vezes é referido como volume de gás torácico
(VGT), que é a mensuração objetiva nas técnicas empregadas para
determinar a CRF.
Capacidade pulmonar
total (CPT). Volume contido nos pulmões após uma inspiração
plena. Compreende todos os volumes pulmonares e é obtido pela soma
CRF com a CI. Nível do final da inspiração. O fim da fase de
inspiração corrente é chamado de nível inspiratório corrente ou
de repouso (por ausência de fluxo aéreo, mas sem repouso mecânico).
Nível do final da expiração. O fim da fase expiratória é chamado
de nível expiratório de repouso, pela ausência de fluxo aéreo e
de esforço muscular (em condições de normalidade). Corresponde a
CRF. Nível inspiratório máximo. Nível ao final de uma inspiração
voluntária plena. Corresponde à CPT. Nível expiratório máximo.
Nível de final de expira- ção voluntária completa, após a
exalação do VER. Corresponde ao VR. Em resumo, na determinação
dos volumes pulmonares: (a) a espirometria permite a obtenção
direta de três volumes: VAC, VIR, VER; (b) a CV agrega VAC, VIR,
VER; (c) a CI agrega VAC e o VIR; (d) a CRF é obtida de forma
indireta (diluição de gases, pletismografia ou mensurações
radiográficas; (e) o VR é calculado subtraindo-se o VER da CRF ou
subtraindo-se a maior medida da CV da CPT; (f) a CPT é obtida
somando-se a CRF à CI(5). Os volumes pulmonares variam em função
de fatores como gênero, idade, altura, peso, postura, atividade
física e etnia.
Alternativa
assinalada no gabarito da banca organizadora: D
Alternativa que
indico após analisar: D
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