Faculdade Mario Schenberg

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

A posição do quadril no SLR influencia na ativação entre o glúteo médio e o tensor da fáscia lata?

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Fraqueza do Glúteo Médio (Gmed) está associada com algumas lesões da extremidade inferior, incluindo síndrome de fricção da banda iliotibial e síndrome da dor femoropatelar. Nós, clínicos usamos diversos exercícios de fortalecimento para os abdutores do quadril tais como o SLR em decubito lateral(DL), apoio unipodal, deslocamento lateral com theraband, e os hops laterais.

Entre muitos exercícios, o SLR em DL é muito usado, principalmente na fase inicial de um programa de reabilitação, progredindo mais tarde para exercícios mais funcionais como os de apoio unipodal. Músculos sinergistas como o quadrado lombar e o tensor da fáscia lata (TFL) podem ser ativados durante o SLR em DL. Um estudo prévio demonstrou que o uso do PBU (Stabilizer®) durante o SLR em DL diminue a participação do TFL e aumenta a atividade do Gmed. No entanto, não há nenhum método reportado que evite a atividade excessiva do TFL (a não ser um boa orientação).

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Pessoas com fraqueza do Gmed podem compensar com a ativação do TFL durante a realização do SLR em DL. Quando o TFL é ativado para compensar um Gmed fraco, ele pode tornar-se dominante por uso repetitivo. Um TFL dominante pode contribuir com dores no quadril, na lombar e no aspecto lateral do quadril.

O estudo de Lee et al (2013) teve como objetivo determinar os efeitos de diferentes rotações do quadril (SLR neutro(SLRN), rotação medial(SLRRM) e rotação lateral(SLRRL)) no plano transverso na atividade EMG do Gmed e TFL e ainda investigar a relação de ativação Gmed:TFL. 20 estudantes saudáveis participaram do estudo.

Os resultados mostraram que o SLR RM resulta em maior ativação do Gmed e maior raio de ativação Gmed:TFL, isto é, o Gmed está mais ativo que o TFL quando o quadril estiver em Rotação Medial durante o SLR em DL. É ISSO MESMO!!!! ROTAÇÃO MEDIAL. McBeth et al (2012) investigou o SLR com rotação lateral com o raciocínio de se ter uma maior ativação do Gmed que é um rotador medial. Os resultados contrariaram o raciocínio, a atividade do TFL aumentou ao passo que ado Gmed diminuiu.

A explicação dos autores é que com o quadril rodado lateralmente, a gravidade exerce um “pull” (puxa) o quadril para uma extensão e coloca a linha de ação do TFL em uma posição mais anterior ao eixo do quadril. Desta forma o TFL pode contrair mais contra a gravidade comparado ao Gmed durante o SLRRL em DL. Um possível mecanismo para explicar o achado do estudo (Gmed mais ativo no SLRRM) é que o Gmed foi colocado na sua posição mais alta numa secção cruzada (cross-section) da coxa superior quando a contração isométrica era mantida. Assim, o Gmed estava numa posição favorável para ser ativado para sustentar o SLRRM isométrico e contrabalancear o pull para baixo da gravidade. Outra explicação para este achado, o GMed tentaria contraagir o rolamento anterior da pelve no plano transverso.

O estudo também demonstrou que o SLRRM é o melhor exercício entre os 3 SLR para aumentar o raio de ativação muscular Gmed:TFL. Os autores relatam que todas as precauções para evitar o crosstalk foram tomadas para maximizar a confiabilidade do sinal EMG.

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