Faculdade Mario Schenberg

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Material de estudo

Nesta página iremos colocar links de material de estudo que recomendamos. Não apenas sobre concursos para fisioterapeuta, mas materiais de estudo que consideramos importantes e de qualidade.

Ah, para não incorrer em hipocrisia, confessamos que já me beneficiei muito de links de legalidade duvidosa, mas por questões pessoais não compartilho links de livros pirateados ou escaneados que são protegidos por direitos autorais. Entendemos que nem sempre podemos comprar todos os livros que precisamos, mas é sempre muito melhor comprar o livro, ou utilizar material de livre acesso na internet. Não se enganem, tem muita coisa boa e de graça.

Abraços,

Andreia, Juliana e Nathanael.

CURSOS ON-LINE GRATUITOS

* Excelente essa iniciativa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Eu fiz o curso ”Tendinite – como tratar” no ano passado e recebi o certificado! Além desse tem vários outros para fisioterapia, é só se cadastrar e assistir, depois pedir o certificado por e-mail. Eles mandam mesmo!!! Cadastre-se e depois faça o curso. São cursos e aulas gravadas, alguns com mais de duas horas, dou destaque para os cursos de fisioterapia respiratória e fisioterapia na incontinência urinária masculina.


Os cursos disponibilizados pelo Núcleo do Estado do Rio de Janeiro – Programa Telessaúde Brasil – têm carga horária total de 15 horas e são certificados como “atualização” pela Sub-reitoria de Extensão e Cultura da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.


*Para quem tem interesse em escrever artigos ou precisa de ajuda com metodologia, esse site da USP dá uma bela força. Infelizmente, não emitem certificado.



PESQUISA DE ARTIGOS

*Você conhece o PEDro? Não!? Então, entre e fique à vontade, ele pode ser o seu melhor amigo. É uma jóia exclusiva para nós, fisioterapeutas. Use e abuse do PEDro!



ESTUDOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

Por ficar de mãos atadas ao ver um laudo que não condizia com os sintomas e com a radiografia(uma fratura de tubérculo menor do úmero) e ao me ver como um analfabeto ao ter que interpretar uma ressonância de ombro que não tiinha laudo, decidi estudar mais a fundo esse tema.

* Esse site tem uma descrição detalhada de radiografias e ressonâncias de estruturas sem alteração. Excelente para ter como referência, e em português!



* Esse outro também é ótimo, mas está em inglês. Radiologia para fisioterapeutas, com casos clínicos para resolver e ver a resposta depois.



*Ressonância magnética fácil (youtube, em espanhol)



*Radiologia em fisioterapia respiratória (youtube, em espanhol)



ESTUDOS DE ANATOMIA E FISIOLOGIA

* Não fique nervoso, faça sinapses e estude seus neurônios tranquilamente neste site completo. Anatomia, fisiologia e patologias do sistema nervoso num só lugar!



*Quer aprofundar seus estudos de anatomia? Entende um pouco de inglês? Tenho o que você precisa nesse vídeo. Essa série “Acland´s Anatomy” é fabulosa, um espetáculo de aula. Não conheço vídeo melhor. O sotaque é britânico(mais fácil de entender) e o vídeo bem didático. Vou postar o vídeo do tronco, mas procure os demais que tem no youtube.

Para Descontrair


Pós - Graduação em Fisioterapia do Trabalho


FUNRIO – SESDEC/RJ 2008 – Questão 04

“Manguito Rotador” é o complexo estabilizador da articulação glenoumeral constituído pelos músculos:

A) deltóide – subescapular – supraespinhoso – redondo maior.

B) deltóide – subescapular – supraespinhoso – infraespinhoso.

C) deltóide – supraespinhoso – redondo maior – redondo menor.

D) subescapular – supraespinhoso – redondo maior – redondo menor.

E) redondo menor – subescapular – supraespinhoso – infraespinhoso.

Questão bônus de concurso para fisioterapeuta. Juro que não é preguiça, mas já tenho um post bem completo e que responde essa questão. Reposto então.
Manguito rotador

Essa é moleza. Hoje em dia não se pode mais errar esse tipo de questão, que já foi explorada exaustivamente pelas bancas organizadoras e, ainda assim, eventualmente aparece em concurso público.

Talvez a única dificuldade seja com relação ao redondo maior ou redondo menor. Caso dê um branco na hora da prova, existem algumas formas de se fazer associações. Para esse caso em especial, acho que a mais simples é lembrar que, com exceção do supraespinhoso, esse grupo muscular tem associação com diminutivos, vejamos: Infra espinhoso, subescapular e RedondoMenor.

Manguito Rotador do ombro
MúsculoOrigem na escápulaFixação no úmeroFunçãoInervação
Músculo supra-espinhalfossa supra-espinhaltubérculo maiorabdução do braçoNervo supra-escapular (C5)
Músculo infra-espinhalfossa infra-espinhaltubérculo maiorrotação externa do braçoNervo supra-escapular (C5-C6)
Músculo redondo menorborda lateraltubérculo maiorrotação externa do braçoNervo axilar (C5)
Músculo subescapularfossa subescapulartubérculo menorrotação interna do úmeroNervo subescapular (C5-C6)
manguito adam

Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: E

Alternativa que indico após analisar: E

FUNRIO – SESDEC/RJ 2008 – Questão 05

O efeito termogênico do ultra-som é atribuído aos seguintes comportamentos das vibrações acústicas:

A) absorção e atenuação.

B) reflexão e atenuação.

C) dispersão e absorção.

D) cavitação e reflexão.

E) cavitação, atenuação e reflexão.
CALOR

Questão aparentemente fácil. Aparentemente.

Busca-se aqui o motivo da sensação de calor que o US eventualmente proporciona ao paciente na aplicação terapêutica. Este efeito é decorrente da absorção das ondas pelo tecido. Este fator decorre também da vibração celular e de suas partículas, provocando atrito entre si, produzindo o efeito térmico.

Vibração molecular ==> fricção ==> Atrito de partículas –> calor.

O ultrassom sofre alterações à medida que atravessa um meio, o que causa atenuação de sua intensidade durante este trajeto. Parte desta atenuação é causada pela conversão de energia em calor por absorção e o restante, pela reflexão e refração do feixe.

Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: A

Alternativa que indico após analisar: A

FUNRIO – SESDEC/RJ 2008

O Infravermelho se propaga da camada superficial da pele para as mais profundas, pelos sucessivos fenômenos abaixo listados:

A) conversão, condução e convecção.

B) convecção, condução e conversão.

C) conversão, convecção e condução.

D) condução, conversão e convecção.

E) condução, convecção e conversão.
infravermelho
Estamos costumados a ver o infravemelho como uma terapia por condução de calor, mas essa questão vai mais longe e busca o que ocorre passo a passso.

O sol é a maior fonte natural de radiação infravermelha, e existem fontes artificiais luminosas e não luminosas, mas vamos nos ater ao infra que conhecemos na prática clínica.

Quando ligamos a lâmpada do Infra-vermelho, inicialmente ocorre a conversão da energia luminosa em energia térmica. Podemos eliminar as alternativas “B”, “D” e “E”.

Num segundo momento, ocorre a transferência dessa energia da primeira camada da pele e assim sucessivamente, de acordo com a capacidade de absorção dos tecidos. A energia é conduzida. Alternativa “A”.

Depois essa energia continua a ser transferida. Aí então ocorre a convecção. Sobre a definição de convecção.

Convecção é o movimento ascendente ou descendente de matéria em um fluido (i.e. líquidos, gases e rheids). Advecção é o termo empregado para o movimento horizontal, em particular para massas de ar . Ambos não podem ter lugar em sólidos uma vez que, por definição, nem correntes de massa nem taxas de difusão significativos podem ocorrer em sólidos.

A convecção térmica é uma expressão que engloba a soma dos dois fenômenos físicos – convecção e advecção – desde que induzidos por diferença de temperaturas no fluido. Ocorre em função da dependência da densidade do fluido com a temperatura, ou seja, da dilatação térmica, e das regras de flutuabilidade (menos denso ascende; mais denso descende).

Embora usualmente coloque-se em foco a ascensão vertical do fluido, a convecção térmica caracteriza-se de fato por uma corrente fechada de matéria, que por si implica um aumento significativo de calor entre as regiões envolvidas se comparado ao calor entre elas esperado apenas pelo fenômeno de condução térmica. Fala-se em calor por convecção.

Bom, todo site por aí basicamente copia e cola o capítulo 9 do livro da Kitchen, que fala sobre infra-vermelho. Não vou fazer isso, mas é só dar um Google que você acha em qualquer texto mais longo, que começa com a classificação que descrevo abaixo, pois acho relevante.

A comissão internacional de iluminação (CIE) descreve a radiação infravermelha em termos de três faixas biologicamente significativas, que diferem no grau em que são absorvidas pelos tecidos, e portanto no seu efeito sobre os tecidos:

IV-A: valores espectrais de 0,78-1,4 μm;
IV-B: valores espectrais de 1,4-3,0 μm;
IV-C: valores espectrais de 3,0μm-1,0mm.

Os comprimentos de onda principalmente utilizados na pratica clínica situam-se entre 0,7 μm e 1,5 μm, estando pois concentrados na faixa IV-A.

O infravermelho é uma radiação que age numa frequência, além da capacidade humana de visão, ou seja, é invisível aos nossos olhos. Ela é liberada de todos os corpos que soltam calor e tem esse nome por estar depois da cor vermelha no espectro de cores, realizado por Isaac Newton em 1666. A experiência se baseava num prisma feito de vidro que foi posto numa posição que fosse atingido por um raio de sol e, no lado oposto ao exposto pelo sol, fosse refletida essa luz na parede do cômodo. Ao escurecer o ambiente e colocar o prisma no trajeto de raio de sol, o que foi visto foi o espectro de cores formado pela tonalidades: violeta, anil, azul, verde, amarelo,laranja e vermelho.

Conforme o tempo foi passando mais estudos foram feitos sobre esse mesmo experimento. Entre eles, o de Willian Herschel, que buscava saber qual das cores conseguiria produzir mais calor. O vermelho foi a cor com temperaturas mais altas. No entanto, numa área um pouco escura, situada depois da cor vermelha, conseguiu superar o vermelho e , por não ser visível, e por causa da sua localização no espectro, ficou conhecido como Infravermelho.

O infravermelho, depois de pesquisas a seu respeito, foi ganhando várias utilidades. Talvez o mais famoso seja o aplicativo de celular, em que as ondas de infravermelho são usadas para transmitir informações de um aparelho a outro. Assim como o SMS, MMS e posteriormente o bluetooth, o infravermelho foi uma forma, além das ligações, de passar informações entre dois celulares.

EFEITOS FISIOLÓGICOS

Com o aumento da temperatura, aumenta o consumo de O2, aumenta também a absorção de nutrientes (cada vez que se aumenta 1ºC na temperatura do corpo ou do local, o metabolismo aumenta 10%). A vasodilatação gera um aumento do fluxo sanguíneo para se manter o aumento do metabolismo. Com o aumento da produção de melanina produzida pelos melanócitos, em função da exposição do melanócito a RIV, e com isso altera a pigmentação da pele (bronzeamento), essa alteração ocorre com o intuito de proteger a pele de outra radiação do Ultravioleta. O relaxamento muscular, pois o fuso muscular sofre alterações e modifica o tônus muscular. Diminui a PA, pois a vasodilatação aumenta o calibre e diminui o atrito no vaso, alem de diminuir a viscosidade do sangue. Aumenta da sudorese, pois a RIV estimula a produção da glândula sudorípara e a transpiração ajuda a diminuir a temperatura. Alterações no sangue aumenta as hemácias/hemoglobinas, para poder carrear mais O2

Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: A

Alternativa que indico após analisar: A

FUNRIO – SESDEC/RJ 2008 – Questão 07

O apoio dos movimentos da cintura escapular e, que a une a caixa torácica, é a articulação:

A) glenoumeral.

B) esternoclavicular.

C) escápulotorácica.

D) acromioclavicular.

E) articulação de Gillis.
esternoclavicular

Essa é mole, mas enganosa.

A única articulação de união com o arcabouço ósseo do tórax é a esternoclavicular.

Glenoumeral é articulação do úmero com a escápula.

Escapulotorácia pode pegar muita gente, mas lembre que essa articulação é o que Kapandji chama de falsa articulação, já que a escápula desliza no complexo do ombro, dependendo do movimento do braço, não há uma cápsula articular aqui.

Acromioclavicular é a articulação distal da clavícula.

Com relação à articulação de Gillis, não encontrei nada confiável sobre esse epônimo, mas parece ter algo a ver com articulação temporomandibular.

Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: B

Alternativa que indico após analisar: B

FUNRIO – SESDEC/RJ 2008 – Questão 08

Respeitadas as técnicas coplanar e bipolar na aplicação de ondas curtas, podemos afirmar que a profundidade da corrente será maior quando:

A) o campo eletromagnético for mínimo.

B) os eletrodos estiverem a pouca distância entre si.

C) os eletrodos estiverem bem acoplados à superfície.

D) os eletrodos estiverem distantes entre si.

E) não houver material metálico no campo eletromagnético
ondas eletromagnéticas

Vamos lá. Formas de colocação do eletrodo:

Contraplanar ou Transversal

Nesta técnica os tecidos são colocados em série, pois os eletrodos estão em faces anatômicas opostas, porém na mesma direção. Estudos de Kebbel e Krause comprovaram que durante a aplicação transversal a produção de calor entre o tecido muscular e o tecido adiposo é de 1:10, também sendo comprovada uma elevada produção de calor entre a pele e o tecido adiposo subcutâneo.

Longitudinal

Os eletrodos são colocados nas extremidades dos membros, de forma que os tecidos estão na mesma linha de força, ou seja estão em paralelo. O ponto positivo desta técnica é a penetração mais efetiva do eletromagnetismo nos tecidos, pois a resistência oferecida pelos tecidos diminui.

Coplanar

Ambos os eletrodos são dispostos na mesma face anatômica. Está técnica é considerada a mais superficial. Como inicialmente os tecidos são colocados em série, a resistência oferecida pelo tecido adiposo é muito grande produzindo um calor superficial. O campo eletromagnético acompanha o caminho de menor resistência, através dos vasos sangüíneos que contém uma grande parte de íons. Se os eletrodos forem posicionados muito próximos entre si, o campo transitará diretamente entre os eletrodos, e não irá ocorrer o tratamento dos tecidos.

Distância Entre os Eletrodos

Os eletrodos devem ser eqüidistantes e em ângulo reto com a superfície da pele (eletrodo de Schliiephack). Na técnica coplanar, a distância entre um eletrodo e outro, deve ser de no mínimo igual a medida da sua área.

Distância Entre o Eletrodos e a Pele

Quando os eletrodos são aplicados mais longe da pele, a distribuição do campo torna-se mais uniforme, promovendo um alinhamento das linhas de força através dos tecidos, conseguindo com isto uma maior penetração nos tecidos. Se a distância entre o eletrodo e a pele for pequena, haverá um aumento na densidade das linhas do campo na superfície, levando ao aquecimento superficial. Eletrodos como o de Schiliephack já possuem esta distância através da placa de vidro que entra em contato com o paciente, não sendo necessário colocar toalhas afim de aumentar esta distância. Já os eletrodos de placa metálica flexível e o eletrodo em forma de cabo, necessitam de uma camada de toalha seca entre o eletrodo e a pele do paciente. Esta distância varia de 2 a 4 cm.

Nas alternativas “A” e “B”, alternativas claramente incorretas.

A “C” seria correta se não desconsiderasse qualquer informação sobre distância dos eletrodos.

A alternativa “D” é a correta.

A alternativa “E” é terrível, metal gera concentração de energia eletromagnética e consequentemente lesões por queimadura.

Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: D

Alternativa que indico após analisar: D

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Compressão Pneumática no Tratamento dos Linfedemas – Utilizar ou não?


O Linfedema é uma patologia crônica, caracterizada pelo aumento do volume do membro com grande acúmulo de proteínas. É uma patologia de múltiplas causas, em que ocorre um grande dano ao sistema linfático, e é especialmente comum após as cirurgias por câncer de mama pela retirada dos linfonodos axilares. 
Atualmente, o padrão ouro no tratamento do linfedema é a Fisioterapia Complexa Descongestiva – FCD (matéria anterior no Blog). Neste tratamento são empregados cuidados com a pele, drenagem linfática manual, enfaixamento compressivo e/ou contensivo e exercícios miolinfocinéticos (que ativam o sistema linfático). 
Associada a este tratamento, ou empregada isoladamente, temos a Compressão Pneumática (CP). Esta terapia, apesar do seu grande uso no tratamento do Linfedema, envolve alguns questionamentos em relação a sua eficácia. A CP exerce uma pressão nos vasos linfáticos, drenando o excesso de líquido para as áreas proximais, por meio de câmaras de ar de diferentes formatos, através de um sistema de ar comprimido. O equipamento pode ter um único compartimento ou múltiplos, que insuflam seqüencialmente. A CP com uma única câmara de alta pressão comprime o membro todo de uma única vez, e a literatura internacional declara que este método está fora de uso, inclusive podendo prejudicar o linfedema por provocar o colapso dos vasos linfáticos e prejudicar o sistema venoso. 
Alguns estudos têm sido realizados buscando esclarecer os benéficos da CP, no entanto, são de baixa qualidade metodológica e pouco científicos. Alguns autores relataram efetividade da Compressão Pneumática quando esta foi associada à Fisioterapia Complexa Descongestiva no tratamento do linfedema pós-mastectomia, no entanto os resultados não foram favoráveis em estudos onde a técnica foi utilizada isoladamente ou em associação com a Drenagem Linfática Manual. Apesar de um estudo declarar que a CP parece potencializar os efeitos da FCD, sua fraca qualidade metodológica e os possíveis efeitos colaterais, como fibrose e aumento do edema em regiões proximais, limitam a generalização dessa efetividade, pois esta técnica somente retira os líquidos, o que leva a um aumento de proteínas no interstício e piora da fibrose e do prognóstico do linfedema. Outro estudo declarou que apesar da redução na circunferência do membro dos sujeitos de sua amostra, não houve transporte de proteínas, desta forma esta redução deu-se apenas pelo transporte de água. Alguns estudos sugerem que como há pouco transporte de proteínas para o interior dos vasos linfáticos com o uso da Compressão Pneumática, o acúmulo destas pode favorecer a formação de fibrose podendo limitar a amplitude articular, no entanto esta limitação não foi observada em outros estudos. 
Em relação às sensações de tensão e peso referidas por grande parte dos pacientes com Linfedema, também não foi relatado, nos estudos analisados, qualquer benefício da CP sobre estas queixas. 
Apesar da técnica de Compressão Pneumática ainda ser utilizada no tratamento do linfedema, não existem evidências suficientes que suportam e recomendam seu uso. As publicações a respeito deste tema são de baixa qualidade metodológica, dificultando a indicação ou mesmo contra-indicação desta terapia.


Fonte: 
Rech, J. B. S. et AL. Revista Brasileira de Cancerologia 2010; 56(4): 483-491.
Dini D, Mastro D, Gozza A, Lionetto R, Forno G, Vidili G, et al. The role of pneumatic compression in the treatment of postmastectomy Lymphedema. A randomized phase III study. Ann Oncol 1998; 9 (2): 187-90.
Johansson K, Lie E, Ekdahl C, Lindfeldt J. A randomized study comparing manual lymph drainage with sequential pneumatic compression for treatment of postoperative arm lymphedema. Lymphology 1998; 31 (2): 56-64.
Szuba A, Achalu R, Rockson S. Descongestive lymphatic therapy for patients with breast carcinoma-associated lymphedema. A randomized, prospective study of a role for adjunctive intermittent pneumatic compression. Cancer 2002; 95 (11): 2260-7.

Treinamento aeróbico em cicloergômetro adaptado para pacientes lesados medulares

Resumo
Introdução: A inatividade pós-traumatismo raquimedular (TRM) reduz consideravelmente a massa muscular e a capacidade aeróbica dos indivíduos, resultando em fadiga e aumento da prevalência de doenças associadas.
Objetivo: Avaliar os efeitos da cicloergometria em lesados medulares por TRM.
Métodos: Pesqu:isa quase experimental, tipo séries de tempo, com 3 pré e 3 pós-testes em dias alternados. Participaram do estudo dois indivíduos, um paraplégico, nível neurológico T11, e outro paraparético, nível neurológico T6.
Foram utilizados o protocolo da ASiA, Dinamômetro de Preensão Manual (DPM), Manovacuometro Digital (MVD) com medidas de pressão inspiratória máxima e pressão expiratória máxima, e o Perfil de Saúde de Nottingham (PSN).
Para o treinamento aeróbio foi utilizado um cicloergômetro para os quatro membros (Ciclomaster Embreex®). O programa de treinamento teve frequência de 2 vezes por semana durante 10 semanas (± 15 sessões).
Resultados: Dos resultados encontrados neste estudo, houve uma significativa melhora nas medidas de PEmáx, no sujeito 1 foi de 43,7% (p < 0,01) e 12,6% (p < 0,05) no sujeito 2, e na análise do Teste do Pêndulo do sujeito 2 também observou-se redução significativa da espasticidade.
Conclusão: Estes resultados iniciais devem estimular novas pesquisas com amostras maiores e grupo controle para ampliar o conhecimento dos potenciais benefícios deste recurso terapêutico.
Fonte: Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício – Volume 11 Número 1 – janeiro/março 2012 Página 30

A fisioterapia na reabilitação sexual em pacientes com lesão medular do município de Criciúma – SC

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Bacharel no Curso de Fisioterapia da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.
Resumo:
Introdução: A medula espinal é o principal caminho para transmissão de informações entre o cérebro e os nervos que se dirigem aos músculos, à pele, aos órgãos internos e às glândulas, funciona como reguladora na realização de funções vitais ligadas a respiração, a circulação, a bexiga, ao intestino, ao controle térmico e a atividade sexual. A lesão na medula irá resultar na perda ou alteração da capacidade motora, sensibilidade superficial e profunda, controle vasomotor, controle intestinal e da bexiga e na função sexual.
Objetivo: Analisar a intervenção fisioterapêutica na sexualidade dos lesados medulares paraplégicos e tetraplégicos. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo básico, qualitativo, exploratório e descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade do Extremo Sul Catarinense, no qual utilizou um questionário adaptado, pela pesquisadora deste estudo, do Questionário de Sexualidade Humana na Lesão Medular (QSH-LM). A amostra foi constituída por 7 indivíduos, com diagnóstico de lesão medular, paraplégicos e tetraplégicos, do sexo masculino, com idade média de 33,57 anos, que freqüentavam a Clínica de Fisioterapia da Universidade do Extremo Sul Catarinense e o Grupo Vida Ativa do município de Criciúma-SC.
Resultados: Os dados obtidos neste estudo demonstram que a maior parte dos participantes não receberam nenhuma informação sobre a função sexual e possuem muitas dúvidas sobre posturas que possam facilitar suas relações. Todavia dizem estar se adaptando bem psicologicamente e fisicamente após a lesão.
Conclusão: Os achados mais importantes no estudo são os que dizem respeito à falta de informação e desconhecimento sobre o tema, tanto dos pacientes quanto dos profissionais da área de saúde.
Fonte: UNESC

O uso da estimulação elétrica computadorizada associada à cicloergometria em indivíduos com lesão medular é benéfico para os parâmetros musculares?

Este artigo tem como objetivo revisar a literatura sobre o uso do Computerized Functional Electrical Stimulation (CFES) com desfechos musculares para os indivíduos com lesão medular.
MÉTODO: Foi realizada revisão bibliográfica sistemática nas bases eletrônicas de dados MEDLINE, PubMed, LILACS e Portal SciELO, sem delimitação de tempo ou idioma. Utilizou-se da estratégia PICO para pesquisa, as palavras-chave foram selecionadas a partir dos descritores em ciências de saúde e relacionaram-se com lesão medular, estimulação elétrica e parâmetros musculares.
RESULTADOS: Foram encontrados 554 artigos. Desses, 432 foram excluídos pelo título, resultando em 122 artigos. Destes, foram excluídas as duplicidades, resultando num total de 73 artigos; 36 foram excluídos pelo resumo e 33 após a leitura do estudo. Quatro estudos foram selecionados. Dois artigos incluíram homens e mulheres em seus estudos, dois apenas homens. Três estudos incluíram tetraplégicos e paraplégicos no mesmo estudo, um incluiu apenas tetraplégicos. Um dos estudos utilizou frequência de treinamento maior, sete vezes por semana, três fizeram uso de uma frequência de treinamento de três vezes por semana. A duração dos estudos teve grande variação, de seis semanas até um ano. As medidas de resultado para a avaliação de força e resistência foram realizadas de diversas maneiras, por medida de área de secção transversal dos músculos, circunferência do membro e a biópsia muscular; contudo, todos os estudos apresentavam ao menos uma das medidas fornecidas pelo equipamento, a avaliação de potência gerada (power output) ou do trabalho realizado (work output). Em todos os estudos, houve melhora da potência gerada ou do trabalho realizado. Apesar da heterogeneidade encontrada nestes estudos, os desfechos dos estudos avaliados indicam aumento significativo de potência gerada e trabalho realizado após os períodos de treinamentos, com ganhos a partir de seis semanas e treinamentos a partir de três vezes por semana.
CONCLUSÃO: Estudos futuros são necessários para avaliar as respostas em diferentes grupos de sujeitos, paraplégicos e tetraplégicos, em diferentes frequências de treinamento e em diferentes períodos de treinamento, proporcionando, assim, a elaboração de protocolos de treinamento cada vez mais direcionados.

Desvio Padrão, afinal de contas para que serve isso ?


O que é Desvio Padrão? para que serve? preciso saber calcular? ele morde?
Eu sei que bioestatística é um verdadeiro tabu entre os alunos da graduação. O simples fato de descobrir que ainda nos primeiros períodos terão de cumprir uma matéria que tem estatística no nome é o suficiente para tirar o sono de boa parte da turma.

Em uma postagem anterior falei sobre o temido "p-valor" e hoje vou dar prosseguimento ao assunto falando um pouco sobre outra entidade fantasmagórica: O Desvio Padrão.

Se você já leu um artigo científico com certeza deve ter percebido que os resultados geralmente são apresentados por meio da média aritimética. E logo em seguida a média, é apresentado um outro número, que curiosamente é precedido pelo símbolo de "mais ou menos". Exatamente como na tabela abaixo:
Pois bem, este número depois do "mais ou menos" é o tal do Desvio Padrão... mas agora que ele já foi apresentado, ficamos com outras duas perguntas: o que significa e para que serve?
Vou tentar ser o mais direto possível:
DEFINIÇÃOO desvio padrão é uma medida que indica a dispersão dos dados dentro da amostra. Isto é: o quanto os resultados diferem da média. Por isso que ele sempre é apresentado junto da média. Um não faz sentido sem o outro.
PARA QUE SERVE
É importante ter em mente que quanto menor o desvio padrão, mais homogênea é a minha amostra. Em termos de pesquisas científicas, é isso que desejamos em nossos resultados!
Exemplo:
Na tabela acima, a média da velocidade da marcha dos homens foi de 1,1m/s e o Desvio Padrão foi de 0,13m/s. Isso significa que, no geral, boa parte da minha amostra caminha com uma velocidade entre 0,97m/s e 1,23 m/s.
Ora, estamos falando de um sistema biológico. O fato da média da velocidade ser de 1,1m/s não significa que TODOS os indivíduos da minha amostra tenham a mesma velocidade. Existem pessoas que caminham um pouco mais rápido, outras um pouco mais lentamente, mas quando eu adiciono o Desvio Padrão a interpretação dos meus números, eu tenho idéia de quanto a velocidade da minha amostra varia em torno da média.
PORQUE NÃO POSSO FICAR SÓ COM A MÉDIA?
A média aritmética é uma medida de tendência central, ela é muito útil porém seu maior defeito é sofrer a influência de valores extremos. Ao avaliar os resultados de uma pesquisa, é fundamental saber se a média está ou não sendo influenciada por valores extremos. Quer um exemplo?
Suponha que eu te convide para trabalhar comigo em minha recém inaugurada clínica de fisioterapia. Eu faço a seguinte proposta:
- Venha trabalhar comigo, o salário médio dos funcionários da minha clínica é de R$10.000,00 por mês.
Você aceita minha proposta, e no final do primeiro mês recebe um salário de R$500,00. E vem reclamar comigo, adicionando diversos adjetivos à minha progenitora, e me chamando de falsário e enganador, ao que eu respondo:
- Olha, eu lhe disse que o salário médio era de R$10.000,00, e não estou mentindo não.
Nesse momento eu pego lápis e papel e começo minha explicação matemática utilisando o cálculo da média aritmética:
- Veja bem, eu tenho 8 funcionários, e pago a cada um R$500,00
(500 X 8 = 4000)
- Só que eu e minha esposa (os donos da clínica) também estamos na folha de pagamento, cada um recebendo a polpuda quantia de R$48.000,00. Ora, a média é asoma dos salários dividido pelo número de funcionários da clínica
4000 + 96000 = 100.000.
Esses 100.000 é dividido pelo número de funcionários ( 100.000 divididos por 10 = 10.000)
Assim, a média de salários é realmente de R$10.000,00
Naturalmente você não entraria nessa canoa furada se além da média eu tivesse lhe apresentado o desvio padrão.
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Agora imagine que eu esteja investigando uma intervenção terapêutica. Exemplo: Suponha que eu registre o ganho na Velocidade da marcha de pacientes com Doença de Parkinson após treino de marcha em esteira ergométrica.
Se meu desvio padrão é bem próximo da média, isso significa que os resultados foram homogêneos. Ou seja: todos (ou boa parte) dos pacientes ganharam velocidade de forma parecida.
Se o meu desvio padrão for muito grande, Exemplo: média= 2,3 m/s e Desvio padrão = 2,6m/s, significa que o ganho de velocidade foi muito heterogêneo; com pacientes ganhando muita velocidade e alguns até perdendo velocidade (se aplicarmos a risca a interpretação do Desvio padrão, teremos gente com velocidade negativa! Mas calma, não se aflija. Isso é apenas uma aberração matemática. Apenas indica que os resultados variaram MUITO em torno da média).

Pronto, agora que você já entendeu o básico sobre Desvio Padrão, está na hora de alguma sofisticação - Só pra tirar uma onda e impressionar o professor!
Assumindo que nossa amostra posui uma distribuição normal e simétrica, (isso é meio complicado de explicar em poucas palavras. vou deixar um link para os mais curiosos), o desvio padrão dá uma ideia de quanto os valores da amostra variam em torno da média, da seguinte maneira:
Se calcularmos 1 desvio padrão acima e abaixo da média
- Exemplo da tabela: média = 1,1 m/s; 1 desvio padrão abaixo da média = 0,97m/s e 1 desvio padrão acima da média = 1,23m/s.
#Podemos afirmar que aproximadamente 68% da minha amostra terá a velocidade da marcha dentro deste intervalo.
#Se eu quiser ir mais longe e calcular 2 desvios padrões, a porcentagem da minha amostra que se encontra dentro do intervalo subirá para 95%.
#Se eu calcular 3 desvios, esse valor sobre para 99%
veja na figura abaixo. A linha central simboliza a média, as áreas rachiuradas os respctivos desvios padrão:

Ainda tá confuso, né... vou aprimorar mais esta postagem

VUNESP – São Paulo 2002 – Questão 25

25. Paciente de 30 anos, jogador amador de futebol, relata torção em joelho direito durante a partida, com dor aguda de grande intensidade e bloqueio do joelho, tanto para flexão como para extensão. Apresenta-se com importante derrame articular; aos testes específicos apresenta somente Apley de compressão e McMurray positivos e em sua palpação relata dor importante na interlinha medial. Neste caso, pode-se suspeitar de

(A) ruptura do menisco medial e canto póstero lateral.

(B) ruptura do menisco lateral.

(C) ruptura do menisco medial e ruptura do ligamento cruzado anterior.

(D) ruptura do menisco medial e ligamento colateral lateral.

(E) ruptura do menisco medial.
meniscos 1
Muito legal essa questão. Pena que nem todas as questões de concursos avaliam nosso conhecimento dessa forma, aliando conhecimento com raciocínio clínico.

Vamos desfiar esse caso clínico, no que for relevante apenas.

Mecanismo de lesão: Rotação (torção) do joelho direito.

Sintomas: dor aguda de grande intensidade, derrame articular e bloqueio do joelho em flexão e extensão.

Testes realizados: Apley de compressão, McMurray e palpação da interlinha medial do joelho positivos.

Tanto o teste de compressão de Apley como o McMurray tem como finalidade o diagnóstico de lesão em meniscos. Vejam os vídeos:


Pelo joelho bloqueado em flexão e extensão, podemos eliminar a ruptura de LCA, alternativa “C”. O teste de palpação refere dor na região medial, podemos eliminar portanto lesão de menisco lateral, alternativa “B” e também a alternativa “A”, que vou comentar abaixo.

Sobre mecanismo de lesão para ligamentos colaterais, quando ocorrem abdução, flexão e rotação interna do fêmur sobre a tíbia, as estruturas mediais são primeiramente afetadas. Por outro lado, no caso de abdução, flexão e rotação externa do fêmur sobre a tíbia, o ligamento colateral lateral comumente sofre uma ruptura inicial. Além disso, o joelho está bloqueado e não há referência para teste positivo em varo ou valgo do joelho. Eliminamos a alternativa “D”.

Só nos resta a alternativa “E”.

Sobre a alternativa “A”, como descrito acima, a palpação da interlinha indica lesão medial, então podemos descartar essa lesão de canto póstero-lateral. Sobre essa estrutura em particular Fleming e colaboradores(1983) relatam que no lado lateral, o segmento anterior do suporte é dado por uma cápsula frouxa reforçada pela expansão lateral do quadríceps. A porção média consiste da cápsula profunda, desde o fêmur lateral até a margem articular tibial. Já a porção posterior é composta pelo complexo arqueado e pelo tendão da porção lateral do músculo gastrocnêmio. Segundo os autores, o tendão do músculo bíceps femoral adiciona proteção dinâmica a essas estruturas.Stuart e colaboradores(1994) descrevem os estabilizadores dinâmicos e estáticos do canto póstero-lateral do joelho. Os estabilizadores dinâmicos são o tracto iliotibial, o músculo bíceps femoral, o músculo poplíteo, o músculo gastrocnêmio lateral e o músculo vasto lateral. Os estabilizadores estáticos são o LCF, o TPo, o ligamento arqueado e o ligamento fabelofibular (presente em apenas 15% dos joelhos). Em conjunto, o ligamento arqueado, o tendão do músculo poplíteo e o LCF formam o complexo arqueado. Não há referências ao LPf.
meniscos 2
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: E

Alternativa que indico após analisar: E